Jorge Jesus, fez esta tarde a antevisão ao encontro de amanhã, frente ao Estoril, a contar para a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal.

O técnico do Benfica considerou que do outro lado vai estar uma equipa "super motivada" para tentar chegar à final da prova, sentimento partilhado pelos jogadores do Benfica.

O técnico abordou ainda a chegada de Lucas Veríssimo, os efeitos da COVID-19 nos encarnados e a vantagem do Sporting, " principal favorito" à conquista do campeonato.

Estoril: "É uma competição que é querida a todos os adeptos, jogadores e treinadores, todos querem estar na final. Nós temos essa possibilidade de disputar a possibilidade de estar na final, respeitando o Estoril, eliminou já três equipas da I Liga. É uma equipa com uma ideia de jogo muito interessante, quer defensivamente, quer ofensivamente. Tem neste momento a grande hipótese de chegar à final da Taça de Portugal, vai estar super motivada, super concentrada. Mas para nós é tão importante estar na final como o Estoril, vamos estar tão motivados como o Estoril. (...) É uma meia-final e queremos estar ao nosso melhor nível. Já temos vindo a recuperar do que nos fez perder competitividade. É verdade que hoje é o primeiro dia em que treinamos, mas é melhor um dia a treinar com os meus jogadores do que estar vários dias sem os ver. Neste momento não tenho esse problema e isso já nos enche a alma"

Distância para o Sporting coloca Taça como principal objetivo: "Não, o principal objetivo é o Campeonato Nacional, sempre foi. O segundo objetivo... há vários, mas o nacional é a Taça de Portugal. Temos uma palavra a dizer na Liga Europa. O campeonato começou a segunda volta, sabemos que temos muitos pontos de atraso, mas também sabemos que o futebol, em muitos momentos, tudo pode mudar. E hoje não é só nos resultados, o que aconteceu ao Benfica pode acontecer a outra equipa qualquer. Estamos preparados para os nossos desafios, mas acreditamos que ainda temos uma palavra a dizer"

Jogos do campeonato para rodar equipa?: "O facto de haver jogos a cada três dias, hoje eu posso fazer isso, tenho jogadores para isso. Mas há um mês não tinha. Hoje tenho essa possibilidade de mexer na equipa com confiança"

Palavras de Rui Costa: "É verdade o que ele diz, temos de assumir a responsabilidade de nesse mês perdermos 11 pontos. A COVID-19 não explica tudo, é verdade. Algumas coisas que não fizemos bem não tem nada a ver com a COVID. Mas a COVID foi o responsável número um de tirar os jogadores daquilo que é a sua forma, valor individual. (...) É verdade o que o Rui diz, temos todos de assumir a nossa responsabilidade. Hoje não temos problemas de COVID, é mais um motivo para assumirmos a responsabilidade. Trabalhar em cima daquilo que podemos melhorar e falarmos muito menos e jogarmos muito mais. Mas para isso temos de ter condições para o fazer. Tenho todos os jogadores para tomar decisões, para colocar a jogar quem eu acho que está melhor. Para poder, mesmo sendo trabalho de recuperação, olhar nos olhos, o cheirar, os contactar, porque foi isso que falhou durante um mês e tal. E vejam quantos pontos perdemos nesse período. O Rui tem razão, não foi só COVID, houve outras coisas"

Lucas Veríssimo: "Neste momento, temos a jogar dois centrais e temos a chegada do Lucas e a subida do Morato, porque o Ferro já saiu. Demos-lhe a possibilidade, porque ele pediu muito, para se valorizar, para jogar. Neste momento, temos quatro centrais, contando com o Morato. O Lucas Veríssimo chegou há dois três dias, esta-se a adaptar a nossa forma de jogar, porque casa treinador tem a sua forma de jogar, apesar de ele conhecer as minhas ideias. O que ele tem de diferente é que é mais rápido que qualquer um dos outros, é um central mais rápido que o Otamendi, mais rápido que o Vertonghen, que o Jardel e que o Morato. Tem as suas caraterísticas especiais, umas melhores outras não tão boas, mas é um jogador que vem para acrescentar. Ainda não é o momento certo para o lançar no jogo, só se algum dos dois centrais ficasse lesionado. Acreditamos muito no valor dele"

Ainda Veríssimo: "Dá mais segurança. O Santos era uma equipa que jogava muito com três defesas, ele está habituado a jogar com essa ideia de jogo. O Vertonghen também joga na Bélgica assim. Mas não é um sistema que seja a minha prioridade, pode ser num ou noutro jogo. (...) Podemos pensar mais nisso para a Liga Europa, do que para a Liga"

Adaptação de Veríssimo: "Ele tem uma vantagem, vem de competição, tem estado a jogar. Isso dá-lhe essa vantagem. A adaptação penso que não será difícil, a ele não lhe deverá acontecer nada, só se se lesionar, porque já teve COVID. (...). Ontem trabalhou comigo e notei um jogador completamente competitivo, com uma condição física exigente e boa para que se eu o quisesse por a jogar tenho a certeza que não era por aí que não ia jogar bem. Do ponto de vista competitivo está a 100%"

COVID-19: "Essa história de teres COVID e ao fim de 10 dias estas a treinar é mentira. Ao fim de 10, 11 dias vais começar a treinar e vais estar mais uma ou duas semanas a recuperar da doença. Quem não teve, parece que é fácil. Eu hoje estou a falar convosco, mas se tivesse de ir jogar, não conseguia e já estive contagiado há 15 dias. Voltar a correr, faltas de respiração, dores no peito, perda de peso... sabem quanto é que eu perdi? Perdi seis quilos. Todos os jogadores perdem 3, 4, 5. Isto não é uma constipaçãozinha. (...) Do plantel todo, só três não tiveram COVID"

Sporting líder destacado: "Nem tenho dúvidas que o Sporting é o principal favorito e isso o jogar jogo-a-jogo são estratégias que eu respeito, mas o principal favorito do campeonato, faltando ainda muitas jornadas, é o Sporting, por mérito próprio. Tem uma vantagem em relação ao Benfica, FC Porto e SC Braga que jogam só de semana a semana, não se passa nada, prepara o jogo como quer. Nós não temos esse problema e ainda bem. (...) COVID para o Benfica, a acreditar nos cientistas, não há mais em três meses. E esses meses serão para nos voltarmos a repor, termos níveis de jogo de 80, 90 minutos, para podermos ser melhores que o nosso adversário"

Benfica-Arsenal em Roma: "Influência os dois, é outro fenómeno a que nos temos de adaptar. Hoje, face ao COVID, não podes jogar em Inglaterra nem em Portugal. A UEFA e o Benfica tiveram de escolher um país para jogar. Onde é que nós preferíamos jogar? Em Espanha, mas não podemos. Que seja Itália, um país não muito longe de Lisboa, onde não haja muito frio. Há possibilidade de ser em Roma, também é vermelho e é aí que temos de jogar. E quando tivermos de ir ao adversário, é na Grécia. Tudo isto é novo no futebol. Nós gostávamos muito de jogar no Estádio da Luz com 60 mil a puxar pelos jogadores, que dá outra alma. Temos muita falta deles, mas espero que percebam que este período que o Benfica passou não foi por falta de tática ou se técnica. Andamos um mês a arrastar-nos"