A final da Taça de Portugal da época 2022/23 tem início às 17h15 deste domingo, no Jamor, e coloca frente a frente o FC Porto e o SC Braga. Os dragões defendem o troféu conquistado no ano passado e uma semana depois de entregar o título nacional ao Benfica, frente a um SC Braga que procura fechar a época em beleza.

Os portuenses já não conseguirão a ‘dobradinha’ da época passada, mas a forma como mantiveram em suspenso a decisão do campeão nacional até à última jornada da I Liga pode funcionar como um bom ‘trampolim psicológico’ para o embate com os minhotos.

Já o SC Braga sobe ao relvado do Estádio Nacional com a tranquilidade de quem cumpriu o grande objetivo da temporada, ao terminar no terceiro lugar do campeonato, atrás de Benfica e FC Porto e à frente do Sporting, garantindo assim o acesso à próxima edição da Liga dos Campeões.

Histórico de confrontos

Há sete anos, os minhotos bateram o FC Porto no jogo decisivo com dramatismo, no desempate por grandes penalidades (4-2, após empate 2-2 no tempo regulamentar e prolongamento), desforrando-se da derrota sofrida frente aos portuenses nas finais de 1977 (1-0) e 1998 (3-1).

Foi, precisamente, em 1998 que os atuais treinadores de FC Porto e SC Braga se defrontaram dentro do terreno de jogo, tendo sido ambos titulares e com o avançado Sérgio Conceição a levar a melhor sobre o defesa Artur Jorge, tendo, inclusive, efetuado a assistência para um dos golos dos dragões.

O palmarés do FC Porto - que venceu duas das três últimas edições da prova, com o êxito bracarense de permeio -, é bastante mais exuberante, com 18 troféus conquistados, mais um do que o Sporting e menos oito em relação ao recordista Benfica (26).

A equipa orientada por Sérgio Conceição reúne favoritismo, numa época em que goleou por 4-1 na receção aos minhotos e empatou 0-0 em Braga, para a I Liga, na qual, ainda assim, os minhotos ameaçaram até perto do fim o segundo lugar do FC Porto e a consequente presença direta na Liga dos Campeões.

Guia de Forna

Os dragões já tiveram este ano a experiência de levantar um troféu nacional, depois de terem vencido o Sporting por 2-0 na final da Taça da Liga, mas só a conquista da prova rainha poderá, realmente, minimizar o falhanço na revalidação do título.

Para isso, a equipa treinada por Sérgio Conceição contará com o goleador Taremi, melhor marcador da I Liga, com 22 golos, mas não com o defesa lateral João Mário, que está a recuperar de lesão e é a única baixa no FC Porto.

Do lado oposto, o treinador Artur Jorge também está privado do defesa Nuno Sequeira, que foi operado ao joelho esquerdo, enquanto os colegas de setor Borja e Tormena estão em dúvida para o último encontro da época, na qual o SC Braga tentará reeditar os triunfos de 1966, 2016 e 2021.

A caminhada até ao Jamor

A caminhada portista poderia ter-se ficado pelas meias-finais, nas quais esteve quase a ser obrigado a decidir a presença no Jamor no desempate por grandes penalidades, frente ao Famalicão, que bateu por 2-1 na primeira mão e perdeu pela mesma margem em casa, na segunda, virando para 3-2 com dois golos marcados para lá dos 120 minutos, no prolongamento.

A equipa azul e branca entrou de rompante na competição, com vitórias robustas sobre o Anadia, da Liga 3, por 6-0, Mafra, da II Liga, por 3-0, e o primodivisionário Arouca, por 4-0, antes de sentir as primeiras dificuldades nos quartos de final, no reduto do Académico de Viseu, também da II Liga, onde ganhou por 1-0.

O SC Braga fez um trajeto inverso, com vitórias tangenciais sobre Felgueiras 1932 (Liga 3) e Moreirense (II Liga), ambas por 2-1, e o rival Vitória de Guimarães (I Liga), por 3-2, afastando o Benfica no desempate por penáltis (5-4, após empate 1-1) e goleando por 5-0 na visita ao Nacional, do segundo escalão, na primeira mão das meias-finais, antes de empatar 2-2 na segunda.

Arbitragem a cargo de João Pinheiro

João Pinheiro foi o árbitro nomeado pelo Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol para apitar a final da Taça de Portugal. O árbitro da AF Braga vai ter como assistentes Bruno Jesus e Luciano Maia enquanto Manuel Oliveira é o quarto árbitro. Nuno Almeida estará no VAR, com o auxílio de Hélder Malheiro (AVAR 1) e de André Campos (AVAR 2).

Esta época, o árbitro esteve no jogo entre SC Braga e FC Porto, da 25.ª jornada da I Liga de futebol, disputado em Braga, que terminou com um empate sem golos.

Antes, João Pinheiro já tinha arbitrado o jogo entre SC Braga e Benfica (3-0) e entre Gil Vicente e SC Braga (0-1), também do campeonato.

Em jogos do FC Porto, João Pinheiro arbitrou ainda a visita a Arouca (0-1) e ao Gil Vicente (0-2), e a receção ao Benfica (derrota por 1-0), bem como a final da Taça da Liga desta temporada, em que os ‘dragões’ venceram o Sporting (2-0), em Leiria.

A final da Taça de Portugal de domingo é o quarto jogo das competições nacionais em que se decide um troféu com arbitragem de João Pinheiro, depois da Taça da Liga desta época (FC Porto) e a de 2018/19 (Sporting), mas também da Supertaça de 2021 (Sporting).

O que dizem os treinadores

Sérgio Conceição, treinador do FC Porto

“Temos de ser fiéis àquilo que somos como equipa e ser coesos defensivamente, sempre a perceber que é necessário agressividade e muita intensidade. Quando tivermos bola, é importante sabermos o que explorar no adversário e perceber que temos individualidades que, dentro de um coletivo com dinâmica forte, podem fazer a diferença. Se nós criarmos tanto como temos criado esta época, temos de ser mais eficazes na hora de meter a bola na baliza”, assinalou Sérgio Conceição, citado pelo sítio oficial dos ‘dragões’ na Internet.

"Estou muito satisfeito, da mesma forma que quando o fiz como atleta, por poder conduzir o Braga a uma final da Taça. É um marco importantíssimo e vai marcar com certeza a história da minha vida. O meu maior desejo é poder estar nessa tribuna, com o troféu na mão, para ajudar a que o Braga possa fazer desta época, que já é muito boa, histórica, com a conquista do troféu."