É verdade que era um jogo de Taça, onde tudo pode acontecer, mas um encontro entre uma equipa do terceiro escalão do futebol português e um dos líderes e candidatos ao título da Primeira Liga, só cai para o mais fraco se o mais forte deixar. Porque, mesmo jogando com uma equipa alternativa, as diferenças são muitas. E foram visíveis no Sporting-Vilaverdense, dos oitavos-de-final da Taça de Portugal. E bastou Jesus lançar Gelson Martins e Podence para os vice-líderes do Campeonato de Portugal entregarem as ´armas` e renderem-se face ao poder do mais forte. Doumbia brilhou, Gelson foi o ´motor` da goleada.

O jogo: Estava morno até Gelson e Podence meterem a 5.ª velocidade

Do onze que entrou em campo frente ao Boavista, só restava Bruno César, que atuou a lateral esquerda. Jesus sabe que a prioridade é o campeonato e como o adversário vinha do terceiro escalão, aproveitou para dar minutos aos menos utilizados, na perspetiva também de ver quem podia aproveitar a oportunidade. Houve quem a agarrasse, outros, nem por isso.

E desses é preciso referir Iuri Mederios, Bryan Ruiz e essencialmente Alan Ruiz. O argentino mostrou-se desligado do jogo em vários momentos, desperdiçou uma soberana oportunidade e, não foi de estranhar que tivesse saído aos 60 minutos. Já o jovem português mostrou bons pormenores, mas ia falhando no capítulo ofensivo. Mostrou sempre pouca intensidade, algo que Jesus não aprecia nos seus jogadores.

Quem soube agarrar a oportunidade foi Doumbia. Marcou três golos, todos eles fáceis, é certo, mas mostrou sentido de oportunidade ao aparecer nos locais certos nos momentos exatos para finalizar as jogadas de ataque.

Num jogo que era quase um ´David contra Golias`, os comandados de António Barbosa deixaram o ´autocarro` em casa e jogaram em Alvalade sem medo, a trocar a bola de pé para pé, saindo para o ataque quando podiam. Na primeira parte incomodaram Salin nalguns lances, Tobias Figueiredo e André Pinto não tiveram uma noite sossegada. Na equipa que é 2º classificado na Serie A do Campeonato de Portugal, destacou-se entre outros, o guarda-redes Pedro Freitas, o médio nigeriano Ahmed Isaiah e o avançado Zé Pedro.

Se o golo de Doumbia a fechar a primeira parte foi um duro golpe para o Vilaverdense, as entradas de Gelson e Podence deram a estocada final numa equipa já cansada. As acelerações dos dois rapidíssimos extremos foram cruciais para os restantes três golos apontados no segundo tempo. Ficaram outros por marcar, mas a vitória não sofre contestação.

Momento-chave: Doumbia quebrou Vila Verde quase no caminho para os balneários

Quando todos se preparavam para ir para o descanso sem golos, eis que aparece Doumbia a fazer um dos golos mais fácies da carreira. Um forte golpe no estado anímico do Vilaverdense que até estava a jogar bem.

Os melhores: Doumbia aproveitou, Ahmed mostrou-se

Eficaz, Doumbia regressou à titularidade com um hat-trick, em três golos fáceis de marcar. Apareceu o sítio certo quando era preciso.
Ahmed Isaiah foi dos melhores do Vilaverdense. Excelente capacidade de passe e visão de jogo.
Gelson entrou para assistir para o 2-0, estar no 3-0 e marcar o 4-0. Fez a diferença em apenas meia hora.

Os piores: Alan Ruiz continua a ´forçar` saída

Alan Ruiz continua a desperdiçar oportunidades. O avançado argentino tem vindo a perder o seu espaço nas opções de Jesus, mas a verdade é que quando é chamado a jogo, não aproveita. Com o Vilaverdense voltou a desperdiçar nova hipótese de mostrar serviço.

Reações: Jesus gostou do ´faro` de Doumbia

Jesus: "Doumbia ´cheirou` bem os lances"

Salin: "´Sombra` do Rui Patrício dá-me mais responsabilidade"

António Barbosa: "A diferença de golos explica-se pela diferença de ritmo"

Rafa Miranda: "O momento do jogo é o primeiro golo do Sporting"

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