O racismo continua na ordem do dia no futebol italiano. O país tem sido muito criticado devido a forma como tem lidado com o tema e, esta semana, o presidente da Lazio veio 'deitar mais lenha para a fogueira' com declarações bombásticas que estão a fazer eco no país mas também no estrangeiro. Para Claudio Lotito, os sons a imitar macacos quando os jogadores negros estão em campo nem sempre significa racismo.

"Esses gritos a imitar macacos nem sempre correspondem a atos racistas ou discriminatórios. Lembro-me que quando era pequeno, as pessoas que não eram de cor, que tinham pele normal, branca, frequentemente usavam esse grito para atrapalhar o avançado adversário à frente do guarda-redes", comentou.

Um comentário bombástico, até porque o líder 'laziale' utilizou a expressão 'pele normal, branca...', deixando no ar a ideia que os outros tons de pele não são normais.

A Lazio é dos clubes que mais atropelos têm cometido. As suas claques, ligada à extrema direita, têm causado problemas ao clube, principalmente em jogos europeus, onde a UEFA não 'tapa os ouvidos' perante os insultos racistas a jogadores de origem africana, o contrário do que faz a Liga Italiana. Mas Lotito garante que o seu clube não faz distinção de jogadores baseado na cor da pele.

"Nós temos que tratar isso individualmente. Nós temos muitos jogadores negros. Não acho que a Lazio faça distinção em termos de cor da pele. A conduta da Lazio nesse aspeto está aí para que todos vejam", atirou.

Claudio Lotito, presidente da Lazio desde 2004 pouco tem feito para afastar o estigma do racismo das suas claques, que chegaram mesmo a vetar a contratação de jogadores de origem africana.