O regresso da Serie A em Itália vai depender de um acordo sobre o protocolo de saúde relativamente à pandemia de Covid-19. Se não for possível tal acordo, a temporada de futebol não irá ser concluída. A garantia foi dada esta quinta-feira pelo ministro do Desporto italiano, Vincenzo Spadafora.

"Vamos ser claros. Se as partes entenderem seguir o protocolo, as sessões de treino recomeçarão e, em consequência, também haverá uma reflexão positiva sobre o reinício do campeonato. Caso contrário, o Governo decretará, por motivos de evidente emergência de saúde, o encerramento do campeonato, criando também, na medida do possível, as condições para que o mundo do futebol sofra o mínimo de dano possível", comentou o dirigente político, ao programa 'Mi manda Rai Tre', da 'Rai'.

O ministro do Desporto italiano já tinha alertado, nesta quarta-feira, que o regresso da temporada atual de futebol seria "cada vez mais apertado", sugerindo aos clubes que pensassem na próxima época.

"Se fosse presidente de um clube de futebol, pensaria sobretudo em organizar-me para retomar com segurança a próxima época, que deverá começar no final de agosto", afirmou Spadafora, em entrevista ao canal italiano de televisão La 7.

O governante explicou que os cancelamentos dos campeonatos de futebol em França e nos Países Baixos "podem forçar a Itália a seguir igualmente essa linha, o que se tornaria uma linha europeia".

"Acho que a próxima reunião da 'Serie A' pode surpreender", opinou o ministro italiano, acrescentando: "A maioria dos clubes poderá pedir-nos para suspender esta temporada e prepararmo-nos para a próxima época da melhor maneira possível".

O presidente da federação italiana de futebol (FIGC), Gabriele Gravina, tinha assegurado que "jamais votaria a favor do fim do campeonato", pois seria "a morte do futebol italiano".

"Recuso-me a assinar um cancelamento total, exceto no caso de condições objetivas, relacionadas com a saúde de jogadores, treinadores, membros do 'staff' ou funcionários. Mas terão de me dizer de forma clara para me impedirem de querer continuar", disse.

Gabriele Gravina estimou perdas de 700 ou 800 milhões de euros no setor, caso a temporada seja cancelada.

O Governo italiano impediu o regresso aos treinos coletivos até 18 de maio, "na melhor das hipóteses".

A primeira divisão do futebol italiano foi interrompida em 09 de março, devido à pandemia da COVID-19, que já matou 27.682 pessoas, entre 203.591 infetados em Itália.