Portugal cumpriu a sua obrigação e entrou com uma vitória no Grupo A da Qualificação Europeia para o Campeonato do Mundo de 2022 ao bater o Azerbaijão. Mas o triunfo, pela margem mínima e frente a um adversário bastante modesto, foi alcançado com uma exibição bastante cinzenta, fruto de um autogolo perto do fim dos primeiros 45 minutos.

A disputar o primeiro de três encontros de apuramento no espaço de seis dias (seguem-se visitas à Sérvia e ao Luxemburgo), Portugal achou sempre que o golo ia acabar por surgir sem forçar muito (como, de facto, surgiu). A 'Equipa das Quinas' jogou sempre a um ritmo lento, controlando a posse de bola no meio campo contrário mas sem acelerar nem fazer grandes mudanças de velocidade perante o muro defensivo de uma seleção do Azerbaijão que colocava todos os jogadores atrás da linha da bola.

A vitória, é certo, nunca esteve em causa e até podia ter sido dilatada na parte final do segundo tempo, não fosse um punhado de grandes defesas do guarda-redes azeri, que dessa forma se redimiu da falha no lance do único golo da partida. Mas será preciso fazer (muito) mais e melhor frente à Sérvia, já no próximo sábado, sob pena de o desfecho ser outro.

De positivo, para além dos três pontos, só o facto de Fernando Santos ter estreado mais dois novos internacionais: Nuno Mendes e João Palhinha.

O jogo: Três pontos conseguidos sem forçar e sem nota artística

Certamente a pensar já nesse compromisso com a Sérvia, em teoria bem mais forte do que o Azerbaijão, Fernando Santos apostou em várias novidades para o onze inicial, a começar logo pela defesa. Nuno Mendes teve, aos 18 anos, direito a estrear-se (logo como titular) e Domingos Duarte foi titular no centro da defesa (com José Fonte, apontado como provável titular, a ficar no banco, talvez para o poupar para sábado).

No meio-campo defensivo, Danilo ficou na bancada e jogou Rúben Neves alinhou de início, enquanto no ataque Pedro Neto figurou no 'onze', com nomes como Diogo Jota ou Diogo Félix a começarem no banco.

Portugal (a jogar na qualidade de anfitrião, mas em Turim, casa emprestada em virtude das restrições impostas pela COVID-19) entrou, como seria de esperar, a mandar no jogo e à meia hora de jogo tinha tido 75% do tempo de posse de bola. Mas as ocasiões de real perigo, sobretudo por culpa da pouca velocidade que os jogadores impunham no jogo, iam escasseando. Um cabeceamento fraco de Ronaldo, um remate de Rúben Neves que o guarda-redes azeri quase deixou fugir e outro de João Cancelo foram o melhor que os campeões europeus conseguiram.

Até que, aos 37 minutos, depois de outro remate de Rúben Neves, a bola voltou ao médio do Wolverhampton, que cruzou para a área. , o guarda-redes do Azerbaijão, abordou mal o lance e socou o esférico contra as costas de Medvedev. Um lance caricato que terminou com a bola no fundo das redes. Estava feito o primeiro (que seria o único) golo da partida.

Esperava-se que a partir daí Portugal seguisse para uma atuação menos cinzenta, mas tal não aconteceu. A velocidade do jogo da seleção nacional não aumentou no segundo tempo e, pelo contrário, os pupilos de Fernando Santos até permitiram que o Azerbaijão surgisse um par de vezes junto à baliza que esta noite esteve à guarda de Anthony Lopes, ainda que sem nunca ameaçar.

As entradas de Rafa e, sobretudo, João Félix ainda trouxeram alguma vivacidade ao ataque luso nos minutos finais, mas , com um punhado de boas defesas, impediu que o atacante do Atlético Madrid e Bruno Fernandes (que entrou ao intervalo) fizessem o segundo golo de Portugal. Houve ainda tempo para a estreia de João Palhinha, mas o resultado não sofreu alterações. O mais importante, porém, estava garantido: três pontos no início da caminhada rumo ao Qatar. Que venha a Sérvia.

O momento: Lance insólito resulta em autogolo e dá vitória a Portugal

Minuto 37. As ocasiões de golo iam escasseando e Portugal parecia caminhar para o intervalo com o nulo ainda no marcador. Até que num lance de insistência, Rúben Neves cruzou para a grande área do Azerbaijão, Magomedaliye saiu a soco, mas abordou mal o lance e a bola acabou por embater em Medvedev, que assim marcou na própria baliza.

Os melhores: Rúben Neves numa mudança acima dos colegas, Magomedaliev redimiu-se do erro

Num jogo em que Portugal se limitou a cumprir serviços mínimos, Rúben Neves foi quem mais procurou dar outra cor ao futebol da Seleção. E foram eles quem mais ameaçou a baliza azeri nos primeiros 45 minutos. Não foi, pois, de estranhar que tivesse sido o médio a estar na origem do lance do golo.

Do lado do Azerbaijão, o guarda-redes Magomedaliev mostrou algum nervosismo na primeira parte e teve responsabilidades no golo, mas na segunda parte mostrou qualidade e reflexos, redimindo-se e evitando uma derrota mais dilatada.

O pior: André Silva mal se viu

Em grande forma na Bundesliga, onde já leva 21 golos marcados esta temporada, André Silva foi aposta de Fernando Santos para a titularidade mas, frente a um adversário que se remeteu à defesa e colocou sempre muitos homens dentro da sua área, o avançado do Eintracht Frankfurt não conseguiu, nunca, encontrar forma de mostrar a veia goleadora que tem vindo a evidenciar.

Estatísticas e curiosidades

  • Portugal não entrava a ganhar numa fase de qualificação para um Europeu ou Mundial desde o apuramento para o Campeonato do Mundo de 2014.
  • Fernando Santos somou a 50.ª vitória como selecionador de Portugal. Foi o seu 80.º jogo ao leme da Seleção.
  • O Azerbaijão somou o sexto jogo seguido sem ganhar no conjunto de todas as competições e não marcou qualquer golo em nenhum deles; antes desta derrota, vinha de quatro empates consecutivos a zero.

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