O treinador Vítor Oliveira, que subiu o Desportivo de Chaves à I Liga e que já anunciou estar de saída, assumiu à Lusa a ambição de somar a décima promoção no currículo e a quinta consecutiva.

“A possibilidade de chegar às dez promoções, que é um número redondo, seria muito interessante”, disse.

O ‘Rei das Subidas’ afirmou que o futebol é “para quem ganha”, por isso, continuar na II Liga dá-lhe “possibilidades de ganhar mais vezes” do que no escalão máximo do futebol português.

“Provavelmente é um dos fatores determinantes para as minhas decisões”, sustentou.

O técnico optou sempre por não continuar com os emblemas que orientava, exceção feita ao Paços de Ferreira, no qual se manteve na temporada seguinte à subida, terminando no 12.º lugar da I Liga 1991/92.

E ressalvou: “fico quando entendo que estão reunidas as condições para continuar”.

Vítor Oliveira confessou que ganhar é sempre “especial” e traz sempre um sentimento de satisfação, dever cumprido e recordação do que custou alcançar.

Para o timoneiro, é “perfeitamente natural” que as equipas que queiram subir de divisão procurem as pessoas que sobem mais vezes, apesar de considerar haver treinadores “muito mais competentes”, só que não lhes têm sido dadas as condições necessárias para ter êxito.

“É evidente que o estatuto que vamos ganhando também nos permite arranjar condições para termos cada vez mais êxito, por isso, é que uns ganham mais e outros ganham menos, mas às vezes não tem a ver com competência, mas sim com as condições dadas”, explicou.

Quanto à fórmula do sucesso, o treinador é perentório em dizer que “não tem segredos”.

Na sua visão, o essencial é ter um bom plantel, uma estrutura sólida, solidária e bem organizada, uma administração que honre os seus compromissos, muito trabalho e alguma sorte.

“Penso que estas cinco situações bem juntas aumentam enormemente as hipóteses de termos êxito, é evidente que não garante êxito, mas as possibilidades de o termos é muito maior”, considerou.

Questionado sobre qual o momento da época em que sentiu que o Desportivo de Chaves ia regressar ao convívio entre os ‘grandes’, 17 anos depois da última presença, Vítor Oliveira respondeu, sem hesitação, “quando me convidaram”.

“Não tinha dúvidas que ia subir, achava que ia criar condições para chegar lá. Eu confio no meu trabalho, confio nas pessoas à volta, confio nos meus jogadores e confio na minha equipa técnica. Não se sobe nove vezes por acaso, uma pode ser, duas também, agora nove não”, vincou.

O treinador, natural de Matosinhos, o único a concluir uma época inteira sob a atual direção, realçou que só leva “boas recordações” de Chaves, porque o trataram “principescamente”, tendo tido sempre uma “ótima” relação com os responsáveis do emblema ‘azul-grená’.

Segundo o especialista em subir equipas de divisão, o Desportivo de Chaves tem como “particularidade” não ser um clube de uma cidade, mas de uma região.

Quando à presença do emblema ‘azul-grená’ na I Liga, Vítor Oliveira atentou que este vai ser “muito importante no panorama futebolístico nacional”, dando-lhe um “novo colorido”.

Aos 62 anos, o antigo futebolista confidenciou que vai continuar no futebol enquanto tiver prazer, quando deixar de o ter “abandona imediatamente”.

“O prazer advém fundamentalmente se ganhar mais vezes do que aquelas que se perde”, terminou.

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