O Cova da Piedade acusou hoje a Liga Portuguesa de Futebol Profissional de reter de forma “ilegal” as verbas correspondentes ao jogo social de apostas desportivas Placard e prometeu “encaminhar o assunto para as instâncias civis e criminais”.

Numa carta enviada à direção da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), à qual a Lusa teve hoje acesso, o clube da II Liga contesta a retenção de mais de 36 mil euros, referentes ao quarto trimestre das verbas Placard de 2020, por ser, “alegadamente”, credora daquela SAD em mais de 63 mil euros.

O valor refere-se à “colocação de iluminação provisória no Estádio Municipal José Martins Vieira”, de forma a garantir o fornecimento de 1.200 lux que permitisse a transmissão televisiva do encontro frente ao Benfica B, em 25 de novembro, da nona jornada da II Liga.

Segundo os piedenses, “a Liga não tem legitimidade para proceder, nos termos da lei, à retenção de verbas vindas de terceiros e destinadas aos clubes de futebol, quer aja como mandatária, gestora ou depositária”.

A Liga faturou à Cova da Piedade – Futebol SAD um valor de 63.442,17 euros ao abrigo do ponto E14 do Anexo IV do Regulamento de Competições, que permite ao organismo contratar iluminação provisória para a transmissão televisiva de jogos e cobrar esse serviço, acrescido em 10% do custo, no caso de o clube não conseguir garantir a colocação de iluminação em tempo útil.

Porém, o Cova da Piedade alega também que “o serviço que a Liga pretende cobrar não foi prestado”, uma vez que as medições solicitadas pelo clube e realizadas nas várias áreas do campo imediatamente após o final do encontro terão revelado uma iluminação máxima de 600 lux.

De resto, em duas cartas enviadas à Liga, em 24 e 25 de novembro, e anexadas novamente à missiva remetida na quarta-feira, o clube da margem sul do Tejo insurgiu-se contra o valor cobrado pela empresa contratada pelo organismo, que diz ser “cerca do dobro do orçamento apresentado ao Cova Piedade por empresa especializada e com histórico de relações comerciais com a Liga”.

O valor cobrado pela Liga, frisam os piedenses, é de “mais do dobro do valor pago pela SportTV” pela transmissão do encontro, canal que, segundo as cartas anexadas pelo clube, terá concordado em alterar a partida para uma data e horário diurno de forma a permitir a transmissão sem necessidade de iluminação artificial.

A anuência da SportTV terá acontecido já depois de o Cova da Piedade propor que o jogo pudesse ser realizado no Estádio do Bonfim, em Setúbal, em acordo com o ponto n.º 7 do artigo 29.º do Regulamento de Competições, que refere que “é admitida a alteração temporária de estádio no caso de obras exigidas pela Liga ou outra autoridade nos termos regulamentares e legais, cuja realização impossibilite a utilização desse equipamento desportivo”.

“Pelo exposto”, conclui a carta enviada à Liga, e pela “posição reiterada” de elementos do organismo que “fazendo uso das suas funções têm prejudicado sucessivamente o Cova da Piedade, movendo-se por razões inconfessadas, mas que o histórico recente e de conhecimento público explica”, o Cova da Piedade – Futebol SAD transmite a sua “firme intenção de encaminhar este assunto para as instâncias civis e criminais”.

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