A greve dos futebolistas argentinos, que levou este fim de semana ao adiamento do início do campeonato principal, resultou também na suspensão dos jogos da terceira e quarta divisão do país, revelou hoje a federação argentina (AFA).

Em causa estão o pagamento de salários em atraso em todas as categorias, com alguns clubes a deverem quatro e cinco meses de ordenados, devido ao facto de o Estado não ter cumprido com os clubes o estipulado em relação às receitas televisivas.

O arranque do campeonato estava agendado para sexta-feira, mas o sindicato dos jogadores (FAA) manteve a greve que já dura desde 24 de fevereiro.

No início da semana, o governo argentino pagou 350 milhões de pesos (cerca de 21 milhões de euros) à AFA, o que serviria para ajudar a evitar a greve dos jogadores, algo que afinal se manteve.

O pagamento aconteceu no seguimento da rescisão de contrato de direitos televisivos, estabelecido ainda no governo de Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015), segundo o qual os jogos seriam em sinal aberto.

Esta rescisão com o Estado levou já a AFA a licitar a transmissão dos jogos, que terão como partes interessadas o grupo espanhol Mediapro e os norte-americanos da ESPN e da Fox/Turner, mas que ainda não foram adjudicados.

A AFA é dirigida desde 2016 por uma comissão criada pela FIFA e pela CONMEBOL (Confederação sul-americana), que tinha entre as suas tarefas a formulação de um novo estatuto e a convocação de eleições, que deverão acontecer no próximo mês.