Luís Filipe Vieira deu uma entrevista à Rádio Renascença onde passou em revista a atualidade do Benfica, sem nunca esquecer o passado recente. O presidente dos 'encarnados' falou de Bruno Lage para sublinhar que, a partir de agora, dará mais atenção aos técnicos que trabalham no Seixal.

"No dia em que o Lage tenha de sair do Benfica, que seja outro 'Lage' formado no Seixal. Vou olhar para dentro, sem dúvida nenhuma [...]. Vamos continuar a formar treinadores, independentemente que alguns possam sair para outros horizontes, como tem acontecido", referiu Vieira, sublinhando que Lage poderia ter saído para o Rio Ave.

Na mesma entrevista à Rádio Renascença, o líder 'encarnado' deu algumas pistas sobre as posições que o Benfica irá atacar neste mercado de verão. Certezas, só uma: o Benfica não vai comprar laterais.

"O Benfica tem sempre de comprar, porque há posições que não consegue, neste momento, ainda produzir, mas posso já lhe adiantar que o Benfica não vai comprar laterais. Não vale a pena as pessoas estarem a dizer que não temos laterais. Os futuros laterais do Benfica estão dentro do clube. No meio-campo acho que o Benfica não tem necessidade de comprar jogadores. Mas o Benfica não tem pontas-de-lança, é verdade. [...] A grande maioria dos jovens que estão no Seixal têm competência para estar na primeira equipa do Benfica", garantiu.

Sobre as saídas dos jogadores formados no Seixal, Vieira lembrou que os jogadores são profissionais e que todos querem uma vida melhor: "Os números que se fala dentro do Benfica e os números que se podem falar lá fora são completamente diferentes. E o Benfica não pode cortar as pernas a ninguém", sublinhou à RR.

A geração de Bernardo Silva, João Cancelo, Hélder Costa e Ivan Cavaleiro não teve tantos minutos na equipa principal como muitos benfiquistas desejariam. Luís Filipe Vieira recorda que os treinadores eram outros mas que também o Benfica tinha um grande plantel. Daí ter assumido o controle e contratado Rui Vitória para o lugar de Jorge Jesus, de modo a ter um treinador que apostasse nos jovens formados no Seixal.

"Nunca passou pela cabeça formar para vender. O que as pessoas especulam é que houve um período em que tivemos determinados jogadores que poderiam ter a mesma oportunidade de entrar na equipa. Também para não estarmos a especular sobre treinadores, há aqueles que têm mais vocação para jovens e outros menos, mas também tínhamos um plantel muito vasto naquela altura e se calhar a estratégia foi - e acho que foi bem pensada - dar a conhecer o que é que produzimos no Seixal [...] Bernardo Silva, João Cancelo, Hélder Costa e Ivan Cavaleiro [...] abriram as portas a outros que seguiram, mas que há uma altura em que nós também temos que fazer aquilo que era importante, um 'timing' certo, que com a entrada do Rui Vitória, houve a mudança do paradigma. A ideia é minha, e naquela altura entendi que era ali que parava, e era ali que tínhamos que começar a apostar", defendeu.