Frederico Varandas deu uma entrevista à Sporting TV, onde justificou as opções que o clube tomou neste mercado de transferências, com várias saídas e entradas.

Sobre as saídas a custo zero, Varandas lembrou o que o clube poupou, num "balanço muito positivo" no mercado.

"É muito positivo porque o Sporting consegue encaixar cerca de 60 milhões de euros, perdendo apenas um titular indiscutível, ficando com o que é, para mim, o melhor médio da Europa... Um aspeto muito importante, para nós, foi termos ver-nos livre de um lastro de jogadores excedentários que ocupam cerca de 25 por cento do orçamento da equipa. Isto significa que não foi fácil tirar estes jogadores daqui. Eram jogadores que estavam pagos muito acima do valor de mercado", começou por justificar.

"Quem está hoje ao leme do Sporting é rigoroso e responsável. Não podíamos fazer mais despesa sem tirar estes jogadores excedentários. Estamos a falar, em salários líquidos, em cerca de 15 milhões de salários líquidos. Custos como o Petrovic... cerca de três milhões. Custos como o André Pinto... cerca de três milhões. Custos como os irmãos Ruiz... 1,5 milhões de euros. Jefferson? Cerca de um milhão. Estamos a falar de cerca de 15 milhões. Era um lastro que nos impedia de respirar. Seguramente nas próximas janelas de mercado já vamos poder respirar melhor",  justificou, sublinhando que "permaneceu o melhor valor desportivo do Sporting", apesar da saída de Raphinha, titular.

"Acreditamos que este grupo é mais competitivo, tem mais soluções e é melhor do que o do ano passado".

O último dia de mercado do Sporting foi frenético, com muitas saídas e entradas. Tudo por culpa de... Bruno Fernandes.

"O Sporting contratou oito jogadores. Cinco dos quais antes do arranque dos trabalhos antes do arranque dos trabalhos. Neto, Vietto, Rosier, Camacho e Eduardo. Cinco peças para nós fundamentais para equilibrar o plantel. Depois disso jogámos consoante o que o mercado ditasse. Esta direção tinha uma missão praticamente impossível que era manter Bruno Fernandes. A verdade é que nós tínhamos a expetativa de Bruno Fernandes de que tivesse muito mercado. Preparámo-nos para a venda de Bruno Fernandes e a sair o jogador tinha de sair por um valor justo para um jogador e um capitão da valia dele. Há medida que as semanas foram passando tivemos propostas, muitas sondagens, mas apenas um proposta séria... apenas de palavra. Tivemos uma proposta do Tottenham de 45 milhões de euros, mais 20 em objetivos. Um dos objetivos era o Tottenham vencer a Premier League e Champions, algo que nunca aconteceu. Entendi não vender Bruno Fernandes. O que aconteceu? Faltava um mês de mercado e, por isso, ficámos à espera de possíveis propostas justas por Bruno Fernandes", explicou, garantindo que o último ataque ao mercado teve a ver com a permanência de Bruno Fernandes

"Eu iria vender o Raphinha no início do mercado sabendo que podia haver um grande clube bater 70 milhões por Bruno Fernandes? Ia correr o risco de perder os dois jogadores? Aguentei até quarta-feira passada, semana em que decidi ir para o Mónaco, onde estavam todos os responsáveis desportivos dos grandes clubes e percebi que Bruno Fernandes não ia ser vendido. Decidimos que íamos reter Bruno Fernandes e passar para outro plano. Qual era o plano? Vender Raphinha. Não queria perder dois titulares indiscutíveis do Sporting. Perdemos um jovem jogador, não internacional, por 21 milhões de euros. Entre perder Bruno Fernandes ou Raphinha, 100 em 100 sportinguistas vão dizer que preferiam manter Bruno Fernandes. Está aqui a explicação", garantiu.

Nas últimas horas antes do fecho do mercado a SAD leonina recebeu Jesé Rodriguez, Fernando e Bolasie, todos por empréstimos, no mesmo dia em que vendeu Raphinha e Thierry Correia. Varandas explicou que a escolha dos jogadores contratados já estava feito.

"O Bolasie é um jogador de rendimento, feito, preparado e maduro. O nosso plantel é muito jovem e precisamos de jogadores com alguma maturidade. É um atleta que vem com 120 jogos de Premier League. É um jogador preparado e maduro. Jesé estava identificado há muito tempo pela sua qualidade. Finalmente, encontra-se comprometido com a sua profissão. Se gostaria de ter o Jesé de há três anos? Não. E disse isto ao jogador. Esta administração foi atrás de Jesé porque vimos o que fez o ano passado e porque colhemos informações que trabalham com ele diariamente. Por fim, veio Fernando, um extremo que em 2016/17 e 2017/18 foi considerado a revelação do campeonato brasileiro. Dois extremos e um avançado centro. Jesé é um avançado que não é igual a Bas Dost nem Luiz Phellype. É um avançado mais móvel que nos dá outras valias e forma de jogar.  Mas, para quem não saiba, Vietto fez a sua melhor época a jogar como avançado centro. O Sporting está bem servido e escolheu estes jogadores com critério", garantiu Frederico Varandas, presidente do Sporting.

O Sporting vive momentos conturbados, após o despedimento de Marcel Keizer, treinador da equipa principal, esta terça-feira. Keizer e o Sporting rescindiram contrato por mútuo acordo e agora, de forma interina, Leonel Pontes, que estava à frente dos sub-23, vai dirigir o grupo de trabalho 'verde e branco'.

Após quatro jornadas, o Sporting ocupa o quinto lugar da I Liga, com sete pontos, menos três do que o líder Famalicão. Na próxima ronda, os ‘leões’ visitam o Boavista, quarto colocado, com oito pontos.

Um dia depois de um final de mercado atribulado, onde viu partir Diaby, Raphinha e Thierry Correia. O emblema de Alvalade recebeu, por empréstimo, os avançados Fernando (Shakhtar Donetsk), Jesé Rodriguez (PSG) e Yannick Bolasie (Everton). Antes, a equipa tinha perdido Bas Dost para o Eintracht Frankfurt.