Clássico empatado entre Sporting e Benfica (2-2), em partida a contar para a 33.ª jornada da I Liga. Leões estiveram a vencer por 2-0, mas deixaram-se empatar já próximo do final da partida. Encarnados ficam assim a um empate de conquistar o título. Já o Sporting fica irremediavelmente afastado do objetivo Champions.

21/05/2023 – Estádio pintado de verde, com uma das laterais pintalgada de vermelho. O cheiro da relva, a emoção das grandes decisões. Adrenalina no ar, corações a bater forte. O Sporting à procura do primeiro triunfo num clássico esta temporada. Benfica a querer fechar com chave de ouro as contas finais do campeonato.

A ovação a Manuel Fernandes deu o mote para uma noite eletrizante, numa homenagem merecida ao jogador com mais jogos no principal escalão: São 486.

A pressão pendia para ambos os lados, logicamente com o Benfica com a motivação de poder assegurar o título na casa do rival. Só que para além do compromisso com a história, com a honra, e com a dignificação do Leão ao Peito, o Sporting ganhou um suspiro de motivação: O empate do SC Braga na véspera deu uma réstia de esperança em relação ao objetivo Champions.

Amorim recuperou o ataque móvel, com Paulinho no banco. Schmidt manteve a fórmula habitual, com os encarnados no miolo com a dupla João Neves e Chiquinho.

Benfica na pressão, Sporting com a posse

O Benfica entrou no jogo bastante pressionante, a tentar roubar a bola ao adversário, praticamente na 1.ª fase de construção. O Leão chamou para si a posse, com uma circulação na zona exterior tentando encontrar brechas na defensiva encarnada. O primeiro aviso saiu do perfume da bota de Pote. Segurou Vlachodimos.

Os leões tentavam controlar as circunstâncias, com mais posse, mais domínio, Faltava apenas o último toque, alguma clarividência para finalizar as jogadas vistosas que os homens de Amorim colocavam em campo.

Aos 21 minutos cheirou a golo em Alvalade. Esgaio cruzou na direita, Pote não acerta na bola na pequena área do Benfica, num lance em que o golo parecia feito. O falhanço não desacreditava o Leão. Nuno Santos estava solto, com as suas arrancadas rápidas. Morita pautava o jogo elegantemente, Trincão estava em dia sim. O Benfica timidamente tentava respondeu e Rafa teve boa oportunidade, mas cabeceou demasiado alto, por cima da baliza de Franco Israel.

No eterno dérbi, Amorim e Schmidt não fugiram muito aos habituais titulares, ainda que com algumas nuances.

Do lado do Sporting, para além da titularidade já esperada de Franco Israel, destaque para a ausência de um ponta de lança puro com Pedro Gonçalves, Edwards e Trincão a assumirem o ataque móvel. Com Morita a descair muitas vezes para as zonas laterais em transições, os Leões fizeram-se valer do jogo exterior através das incursões de Nuno Santos e Ricardo Esgaio. Paulinho acabou por entrar para o lugar de Edwards no segundo tempo. O 3-5-3 manteve-se como imagem de marca da equipa.

No Benfica, Schmidt manteve João Neves, que se estreou em dérbis e assumiu o papel de organizador de jogo. Já Aursnes começou a lateral direito. Com o habitual 4-2-3-1, os encarnados não conseguiram conter a pressão alta do Sporting e sofreram principalmente no jogo exterior. Na segunda parte, Schmidt percebeu isso mesmo e colocou um lateral de raiz (Bah) para a saída de João Mário – Aursnes voltou para o meio-campo.

O Sporting estava mais forte no dérbi, com o sinal mais, com domínio, com mais posse, com arte e com engenho. Não estava a ser completamente eficaz nos processos. O golo chegou, de mansinho, mas de forma natural, a premiar a equipa que dominava, que perfumava mais o jogo dentro das quatro linhas. Nuno Santos lançou, António Silva falhou de forma defeituosa, Trincão roubou, passou por Vlachodimos e acabou por fazer o golo com toda a classe. O Leão estava esfomeado e voltou a fazer das suas. Novamente com Nuno Santos na jogada, e Diomande nas alturas a fazer o golo.

Terminavam os primeiros 45 minutos, com o Leão em vantagem por 2-0. No segundo tempo, era o Benfica que precisava. As águias deixaram de estar na expetativa. Aursnes subiu para o miolo, saiu João Mário. A equipa melhorou de produção, ficou mais acutilante, e com mais 'ganas' de ferir o adversário. Aursnes esteve perto do golo, depois de um cruzamento da esquerda, mas falhou o alvo.

O Benfica apertava, a pressão começava a fazer sentir-te por parte das águias, o Benfica encostava. O golo surgia, numa jogada dos dois melhores jogadores do Benfica no relvado de Alvalade. Grimaldo cruzou e Aursnes a desviar com precisão de cirurgião, de cabeça para o fundo nas redes. Os adeptos encarnados explodiam nas bancadas.

Os encarnados encostavam, a esperança voltava a pintar-se de vermelho. O Sporting falhava na frente, Paulinho entrou na segunda parte e não conseguiu fazer o segundo da partida, na cara de Vlachodimos.

Na compensação, o Benfica não atirava a tolha. E o drama chegava no final da partida. O Benfica chegava ao golo, no meio da confusão, num golo de João Neves, que empurrou para o fundo das redes. Tudo empatado no dérbi dos dérbi, em duas partes distintas, em que o domínio se dividiu. Mais bola para o Sporting na primeira, mais bola para o Benfica na segunda. Aos leões faltou alguma maturidade para controlar as circunstâncias do jogo, os encarnados acabaram premiados com um ponto.

Tudo adiado para a última jornada em relação às decisões do campeonato, Leão vê o sonho da Champions fugir-lhe, já na compensação e o SC Braga garante desde já o pódio. Ao Benfica basta o empate para festejar o 38.

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