O Arouca é um “clube de trabalho e não de estrelas” que precisa de momentos de “autoconfiança” para conquistar pontos e o treinador, Armando Evangelista, negou haver “motivos para alarme” antes da receção ao Tondela para a I Liga.

Apesar dos sete jogos consecutivos sem vencer – seis para o campeonato –, o técnico de 47 anos defendeu a equipa depois de ter feito o “um dos melhores jogos” da época com o Paços de Ferreira (empate 0-0) na jornada anterior, um resultado que é “curto para o que foi produzido”, em que o guarda-redes pacense foi o melhor em campo e num terreno em que o Tottenham perdeu esta temporada.

“Temos mostrado consistência defensiva, temos mostrado evolução no processo de jogo. Construímos um plantel devagarinho e há muito pouco tempo acabamos por ter um plantel fechado e com algumas lacunas. Estamos a fazer o nosso trajeto. Não vejo motivos nem para alarme, nem para preocupações, quando os sinais que a equipa está a dar – para aqueles que olham para o jogo com olhos de ver – são evidentes”, afirmou.

Sobre o Tondela, Armando Evangelista destacou o trabalho de Pako Ayestarán no comando técnico, as “ideias de jogo bem assimiladas, o “equilíbrio” e a simbiose entre os elementos em campo que “sabem exatamente as tarefas que têm pela frente e as tarefas dos colegas”.

“É uma equipa muito forte em transições, tem dois jogadores muito rápidos que sabem ocupar bem os espaços, o [Jhon] Murilo e o [Salvador] Agra. Nós gostamos de ter bola, por isso é importante a agressividade após a perda de bola para não deixar o Tondela sair em transições e nunca desfazer o equilíbrio defensivo. Porque uma vez que se desfaça, pode ser a morte do artista”, perspetivou.

O encontro com o Paços de Ferreira marcou o fim de uma série de nove jogos consecutivos com a equipa a perder ao intervalo, o que levou o técnico a vincar a “capacidade de reação, crença e trabalho” para “em dois anos passar do Campeonato de Portugal [agora Liga 3] para a I Liga”.

“Por vezes só precisam de olhar para o processo, sentirem-se valorizados e não serem inferiores a ninguém. Isso demonstra a capacidade enquanto seres humanos de não baixarem os braços. É incutido pela administração e equipa técnica, estamos num clube de trabalho e não num clube de estrelas e tem que ser pelo trabalho que levamos a água a bom porto, só assim conseguimos”, apontou.

Apesar de estar arredado da Taça de Portugal e da Taça da Liga, Armando Evangelista reforçou que o Arouca continua dentro do seu objetivo: lutar pela manutenção.

Ao mesmo tempo, notou semelhanças com o arranque da temporada passada na II Liga – em que a equipa criava oportunidades, mas não as concretizava – e para ultrapassar esse obstáculo referiu a necessidade de “desmontar tabus” e mostrar aos jogadores que têm “capacidade e qualidade”.

“Este ano o fator comum é que acabámos de subir à I Liga e transportámos jogadores que estavam no Campeonato de Portugal, passaram para a II Liga e estão na I Liga. Há momentos do jogo em que têm de ter mais autoconfiança. Têm de acreditar no que estão a fazer, deixar de ter medo e querer ganhar mais vezes. É um processo de descoberta e as indicações que têm dado, mostram as coisas estão a entrar nos parâmetros do que pretendemos”, explicou.

O guarda-redes Fernando Castro é baixa para a receção ao Tondela e junta-se a Sema Velázquez e Yaw Moses no boletim clínico.

O Arouca, com seis pontos e 16.º classificado, recebe o Tondela, com nove pontos e na 11.ª posição, às 20:15 de sexta-feira, no jogo de abertura da 10.ª jornada da I Liga e com arbitragem de Luís Godinho, da associação de Évora.