O treinador português Toni assumiu a expectativa de um impacto potencialmente positivo para o Benfica da paragem da I Liga de futebol devido à pandemia de covid-19 e torce para que o clube tenha interrompido a “queda livre”.

Em entrevista à Lusa, o ex-jogador e ex-treinador dos ‘encarnados’, que guiou por duas vezes ao título de campeão nacional (1988/89 e 1993/94), não esquece a quebra que levou a equipa comandada por Bruno Lage a ser ultrapassada pelo FC Porto na liderança da prova ainda antes da propagação do novo coronavírus atingir também a sociedade portuguesa.

“O Benfica vinha em queda livre e aquilo que eu espero é que o paraquedas se abra. Seria um sinal de que o Benfica interrompia aquela série negativa em que estava mergulhado, tanto a nível de resultados como de exibições”, afirmou o antigo internacional português, sintetizando que o FC Porto estava “numa fase inversamente proporcional” e “fortalecido do ponto de vista psicológico”, após a recuperação de sete pontos de desvantagem.

Assumindo não ser fácil fazer projeções, face às circunstâncias inéditas que marcaram a interrupção deste campeonato, Toni recuperou inclusivamente uma frase do atual treinador do clube da Luz para assinalar o peso que esta paragem de quase três meses pode ter para o futuro do Benfica até ao final da prova.

“Guardo uma frase de Bruno Lage no empate com o Moreirense, em casa, antes de ir a Setúbal e empatar também, naqueles que foram os últimos dois jogos: ‘É urgente regressar às vitórias. Sabemos os problemas que temos e temos de os ultrapassar’. Espero que os problemas detetados nessa altura tenham sido debelados e a equipa apresente uma outra face que não aquela que tinha”, resumiu.

Em relação à luta pelo último lugar do pódio, cobiçada por Sporting de Braga (46 pontos) e Sporting (42), o experiente técnico e também comentador antecipou uma missão difícil para os ‘leões’ recuperarem o terceiro lugar, devido às “diversas soluções” do plantel e à maior “estabilidade” do emblema minhoto, mas também à pressão sobre Rúben Amorim para ter de demonstrar resultados rapidamente e em contexto competitivo.

“O Sporting tem à sua frente uma equipa que, tendo mudado para o terceiro treinador da época, não sofre as mutações que o Sporting tem sofrido, tendo mudado também três ou quatro vezes de treinador. Pela estabilidade do Braga, quer em termos de clube, quer em termos de equipa, parece-me uma tarefa complicada para o Sporting”, notou, acrescentando: “É nos jogos a pontos que o Rúben Amorim vai ser confrontado”.

Uma das características desta retoma da I Liga de futebol é o facto de todos os jogos serem disputados à porta fechada e sem público até ao fim da temporada. Questionado sobre o efeito que o cenário das bancadas despidas pode ter no nivelamento das partidas, Toni realçou que há duas formas de analisar a situação, embora admita um peso inusitado de vitórias fora de casa na retoma já encetada na Bundesliga.

“Quem se desloca ao Estádio da Luz, do Dragão ou a Alvalade, só para falar dos três ‘grandes’, em casas que normalmente estão com 50 mil pessoas, isso também é um fator de enorme motivação para o jogador visitante. Ele também se motiva, porque é um palco em que o jogador sente que se pode mostrar. Para o visitado, há o efeito de os adeptos empurrarem a equipa e esse empurrão não vai agora acontecer”, finalizou.

A I Liga vai ser reatada sob fortes restrições e sem público nos estádios na quarta-feira, com o encontro entre Portimonense e Gil Vicente, naquele que vai ser o primeiro dos 90 jogos das últimas 10 jornadas, até 26 de julho.

Após 24 jornadas, o FC Porto lidera a competição, com 60 pontos, mais um do que o campeão Benfica.

Além do principal escalão, também a final da Taça de Portugal, entre Benfica e FC Porto, integra o plano de desconfinamento face à pandemia de covid-19, ainda em data e local a designar.

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