Vitinha é o mais recente reforço do Paris Saint-Germain, onde se junta aos portugueses Nuno Mendes e Danilo. Os campeões gauleses pagam 41.5 milhões de euros pelo jovem médio de 22 anos, que assim deixa o FC Porto, clube no qual se formou e onde na última temporada viveu a sua afirmação definitiva, sendo uma  das figuras da equipa às ordens de Sérgio Conceição que conquistou a 'dobradinha'.

É mais um marco num ano inesquecível para o jovem médio de 22 anos, durante o qual também se estreou pela seleção principal de Portugal. Mas esta história podia ser diferente se, há um ano, o Wolverhampton tivesse exercido o direito de opção e adquirido Vitinha a título definitivo, depois de este ter passado a temporada de 2020/21 emprestado aos Wolves.

Quem é Vitinha?

Filho de Vítor Manuel, antigo futebolista que fez carreira em alguns clubes de menor dimensão no escalão principal, representado emblemas como o Desportivo das Aves, o Belenenses, o Campomaiorense ou o Varzim, Vítor Ferreira - mais conhecido, no mundo do futebol, por Vitinha, nome que enverga na camisola - nasceu numa família com fortes ligações ao futebol e fez praticamente todo o seu percurso de formação no FC Porto.

Os primeiros pontapés de Vitinha na bola de foram dados no CB Póvoa do Lanhoso, mas em 2011, quando tinha apenas 11 anos, mudou-se para o FC Porto, passando por todos os escalões de formação, assumindo-se desde logo como uma das principais promessas de uma autêntica geração de ouro do FC Porto.

A conquista da Youth League e a chegada à equipa principal do FC Porto

E foi ao lado de outros nomes dessa geração de outro, como Fábio Vieira (que agora rumou ao Arsenal), Fábio Silva (já transferido para o Wolverhampton), João Mário ou Diogo Costa (agora também titulares indiscutíveis da equipa principal dos azuis e brancos) que Vitinha fez história no FC Porto, com a conquista da UEFA Youth League, em 2018/19.

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As boas exibições, a classe e a qualidade técnica que Vitinha foi evidenciando nesse percurso rumo à glória levaram a que, na temporada seguinte, fosse chamado à primeira equipa do FC Porto. A estreia oficial deu-se a 14 de janeiro, num jogo a contar para os quartos de final da Taça de Portugal, frente ao Varzim (Vitinha saltou do banco a cinco minutos do fim, num triunfo dos dragões por 2-1, para substituir Luis Díaz. A estreia na I Liga deu-se poucos dias depois, um jogo frente ao Gil Vicente, no qual saltou do banco aos 61 minutos.

Não mais voltou a representar a equipa B ou os sub-19, passando a integrar a título definitivo o plantel principal. Terminou essa temporada com 12 jogos disputados às ordens de Sérgio Conceição e com a conquista do seu primeiro título de campeão nacional e da sua primeira Taça de Portugal.

O empréstimo ao Wolverhampton

Visto como uma das maiores promessas do FC Porto, pensou-se que a temporada seguinte seria de afirmação na equipa principal. Porém, pouco antes do arranque oficial da época 2020/21, surgira a notícia de que o FC Porto ia emprestar Vitinha ao clube mais português de Inglaterra, o Wolverhampton, que recentemente tinha também contratado Fábio Silva a troco de 40 milhões de euros. E, mais surpreendente, os Wolves ficaram com opção de compra de Vitinha a título definitivo, fixada nos 20 milhões de euros.

O centrocampista acabou por disputar 22 jogos e marcar um golo com a camisola dos Wolves, sob as ordens de Nuno Espírito Santo, ao longo dessa época de 2020/21, mas o clube inglês acabou por - ao contrário do que chegou a ser dado como certo - não exercer a opção de compra. E Sérgio Conceição agradeceu...

O regresso aos dragões e a afirmação definitiva

Regressado à equipa principal do FC Porto, Vitinha foi então, à medida que a temporada de 2021/22 foi avançando, ganhando espaço nas escolhas do técnico. A estreia a titular deu-se à 6.ª jornada e a partir daí não falhou mais nenhum encontro dos dragões na caminhada rumo à reconquista do título de campeão (o segundo do palmarés do médio). Alinhou de início em todas as partidas desde a 13.ª jornada e foi ganhando uma preponderância cada vez maior na equipa, sobretudo a partir da saída de Luis Díaz. Ao ponto de ser eleito para o Onze do Ano da I Liga 21/22.

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Ao todo, em 2021/22 alinhou em 47 jogos pelos azuis e brancos no conjunto de todas as competições, fazendo quatro assistências e assinando quatro golos, o último dos quais na final da Taça de Portugal, que conquistou também pela segunda vez). Seria, sabe-se agora, o seu último golo pelo FC Porto (pelo menos para já).

A estreia pela Seleção

Face à qualidade que foi demonstrando ao longo da época, todos apontavam como iminente a chamada à seleção principal de Portugal, depois de ter já representado a Equipa das Quinas em todos os escalões de formação desde os sub-17.

Essa chamada surgiu em março último e a primeira internacionalização teve lugar a 29 de março último, quando saltou do banco a um minuto dos 90 no triunfo por 2-0 de Portugal sobre a Macedónia do Norte, na final do 'play-off' de apuramento para o Mundial 2022. Surgiu depois, também, na convocatória de Fernando Santos para os compromissos da Liga das Nações em junho, alinhando em mais dois encontros, um deles como titular (na derrota ante a Suíça).

E, agora, Paris...

Até que, quando se achava que o ano de 2022 já tinha tido momentos marcantes suficientes para Vitinha, em pleno defeso, surge mais um: a notícia de que o milionário Paris Saint-Germain estaria disposto a pagar 41,5 milhões (1,5 milhões acima do valor da cláusula de rescisão) ao FC Porto para garantir o médio de 22 anos.

Alguns dias depois, chegava a confirmação. Vitinha vai mesmo ser colega de Nuno Mendes, Danilo, Mbappé e Lionel Messi (entre muitas outras estrelas) nos campeões franceses, onde se vai procurar afirmar num meio-campo repleto de grandes nomes de forma a garantir um lugar nas escolhas de Fernando Santos para o Campeonato do Mundo de 2022, no Qatar, em novembro/dezembro. A acontecer, será mais outro feito para Vitinha num ano verdadeiramente memorável.