A I Liga regressa no próximo dia 3 de junho, debaixo de fortes medidas de segurança e de higiene devido à pandemia da COVID-19, que obrigou a competição a parar no passado dia 12 de março. 87 dias desde a última vez que a bola rolou, os jogadores regressam aos relvados, mas vão encontrar bancadas despidas. Isto porque todos os jogos serão realizados à porta fechada até ao final desta época.

Este artigo pertence ao Especial Regresso da I Liga. Veja mais artigos

O SAPO Desporto foi à procura dos grandes adeptos dos clubes da Primeira Liga que agora se vêem privados de apoiar o clube do seu coração ao vivo, nos respetivos estádios, para saber como estão a planear viver os restantes nove jogos que os seus emblemas têm em falta.

Rodrigo Fonseca, adepto do Tondela e membro da Febre Amarela, promete continuar a ver a bola com os restantes elementos da claque, e ainda desvendou algumas ideias para apoiar a equipa beirã.

SAPO Desporto: Onde vai ver os jogos do Tondela?

Rodrigo Fonseca: Aqui em Tondela há duas impossibilidades: não podemos ir ao estádio nem podemos ir ao bar onde se junta a claque, que fica no estádio. Ainda estamos a pensar por onde nos vamos distribuir. Mas será num outro qualquer bar, porque a malta tem de ver o jogo junta, ou então juntarmo-nos em casa de alguém. Nunca será a mesma coisa, porque ver jogos na televisão não tem nada a ver com o futebol ao vivo, mas com as limitações que há penso que seja das melhores possibilidades. Agora ver a bola em casa sozinho é que nunca.

SD: Pensa ir até ao estádio, mesmo não podendo entrar?

RF: Já pensámos nisso, sim. Há sempre a possibilidade de irmos receber o autocarro ou então, se estivermos a perder, talvez ir nos últimos minutos para a rua apoiar a equipa. Essas ideias estão a surgir agora, mas ainda não estão bem definidas. Mas vamos tomar as devidas precauções: uso de máscara, manter o distanciamento... tudo isso.

SD: Concorda com o regresso da I Liga ou acha que devia ter sido suspensa?

RF: Ainda não tenho uma ideia muito bem formada - e é complicado tê-la - por isso apoio os dois lados. Se calhar estava mais inclinado para a suspensão, mas havendo praias, restaurantes a abrir, hotéis a abrir, acho que o mesmo deve acontecer com o futebol. E acho que podiam encontrar medidas para ter na mesma pessoas no estádio, não com a mesma lotação, como é óbvio, mas talvez abrir os recintos a alguns adeptos. O futebol é dos adeptos e a interação do público com os jogadores faz muita diferença.

SD: De que é que vai sentir mais falta agora longe do Estádio João Cardoso?

RF: Sem dúvida que é estar na bancada a cantar e a vibrar por um golo ou qualquer lance. Todo aquele convívio pré-jogo e pós-jogo, de nos juntarmos no bar e bebermos umas cervejas antes do jogo.

SD: Tem algum ritual para ver a bola que agora não possa pôr em prática?

RF: O ritual era mesmo esse: juntar os amigos uns momentos antes do jogo, cantamos um bocadinho, falarmos do pré-jogo, das equipas, tudo isso... Esse momento de reunião do grupo é um momento que não irá acontecer, pelo menos não nas circunstâncias que tínhamos antes.

SD: Quer propor algum ritual para os dias de jogos?

RF: Já pensámos em várias coisas, nomeadamente receber o autocarro na chegada ao estádio, nem que seja espalhados pela avenida, de certa forma também a simbolizar distanciamento social que devemos manter. Também já pensámos em deixar umas mensagens de apoio espalhadas pela cidade. Mas ainda não está nada definido.

Veja mais artigos do Especial Regresso da Primeira Liga