Pedro Proença continua sem perceber a medida da Direção-geral da Saúde que mantém o futebol e outros desportos sem público nos recintos desportivos. Para o líder da Liga de Clubes, há uma incoerência por parte do Governo, que permitiu público em outras atividades culturais.

"O futebol teve a capacidade de ser a primeira atividade, em março, a decidir que não havia condições para manter as competições em andamento. Assumimos essa responsabilidade. Sabemos que há valores que não se negoceiam, como a saúde pública, mas tendo o futebol tido uma atitude responsável na retoma, ninguém consegue perceber que não exista coerência com o futebol. Trata-se de uma atividade económica onde a presença nas bancadas do 12.º jogador é fundamental", lembrou Pedro Proença, em declarações à Sport TV, antes do início da II Liga, entre o Arouca e o Estoril.

Ao início da tarde desta quinta-feira, o Primeiro-ministro António Costa anunciou que os recintos desportivos irão continuar sem público, numa decisão que teve por base a diferença de comportamentos das pessoas nos diferentes eventos, lembrou o líder do Governo português. Esta foi uma das medidas aprovadas esta quinta-feira pelo Governo, em Conselho de Ministro e que vão ser aplicadas a partir de 15 de setembro, dia em que Portugal Continental vai entrar em situação de contingência para fazer face à pandemia de covid-19.

António Costa salientou que os estádios de futebol e os restantes recintos desportivos vão continuar sem público, referindo que existem diferenças entre estar num estádio de futebol ou numa sala de cinema ou teatro.

“Todos os que já foram a recintos desportivos sabem que o comportamento num cinema ou num teatro é muito diferente de assistir a um evento desportivo”, explicou.

O primeiro-ministro salientou que esta diferença de comportamentos impõe restrições para a existência de público nos estádios e em outros recintos desportivos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 904 mil mortos e quase 28 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.849 pessoas dos 61.541 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.