O presidente do Vitória de Setúbal disse hoje que ainda tenciona falar com os presidentes da Liga Portuguesa de Futebol e do Sporting, tendo em vista um possível adiamento do jogo de sábado frente aos 'leões', da 16.ª jornada.

As declarações de Vítor Hugo Valente foram ainda antes de a Liga ter emitido um comunicado em que anuncia que o jogo se mantém para sábado, uma vez que os clubes não chegaram a um consenso para o adiamento.

Na conferência de imprensa realizada durante a tarde, Vítor Hugo Valente deu conta do estado do plantel e das suas esperanças em que ainda consiga um adiamento.

"Vamos ver se prevalece o bom senso. Os sintomas iniciais apontavam para gripe. Já tentei falar com Frederico Varandas e o presidente da Liga, mas não consegui. Claro que tenciono falar com o presidente do Sporting. O comunicado do Sporting sugere que os jogadores podem recuperar em pouco tempo destas situações. Sente-se que se insinua que o Vitória está a encenar", afirmou.

Dizendo tratar-se de uma situação de emergência, o dirigente referiu ainda pretender "clarificar algumas vozes maldizentes que aí andam", acrescentando que o clube "não brinca" com este tipo de situações.

"Durante a semana, o departamento médico indiciou um conjunto de jogadores com sintomas que se vieram a concretizar em incapacidade derivada de um vírus, que os impossibilitou de treinar e jogar. Estiveram ontem [quarta-feira] no Hospital Fernando Meira, Sílvio, Carlinhos e Semedo. Hoje, passaram pelo hospital da Luz, Artur Jorge, Éber Bessa, Brian Mansilla, Ghilas, Nuno Valente, Semedo, Hachadi, Makaridze, Bruno Pirri, André Sousa, Jubal, Berto, Zequinha e Nuno Pinto. Com sintomas, temos Mano, Milton e Leandrinho", afirmou Vítor Hugo Valente.

Perante este cenário, segundo o presidente do clube sadino, "o Vitória deu conta à Liga, informou o Sindicato dos Jogadores e contactou o Sporting a dar conta desta situação".

"A Liga disse-nos para encontrar uma data. Propusemos a data das meias-finais da Taça de Portugal, prova em que Vitória e Sporting já não participam", referiu ainda, antes de a Liga já ter anunciado que, em virtude da falta de acordo entre os clubes, a data do mesmo mantém-se.

Vítor Hugo Valente não deu qualquer indicação do que irá fazer caso não haja mesmo adiamento: "Aqui tratamos de factos, não especulamos. Neste momento, não temos jogadores. Não treinaram e não podem jogar por estarem doentes e por indicação do departamento médico. Não coloco esse cenário, porque não acredito que o presidente do Sporting [Frederico Varandas], de quem sou amigo e começou para o futebol neste clube [Vitória de Setúbal] como médico, seja insensível a uma situação destas."

"Falamos numa situação de saúde pública. Mandámos isolar o balneário. Já temos um fisioterapeuta no hospital e há um vice-presidente que não pode sair de casa. Temos de tomar providências para que não se alastre a quem vem ao estádio. Não imagino esse cenário nem acredito que isso aconteça. Se assim for, cá estaremos para tomar as devidas precauções", prosseguiu.

Na ocasião, o médico vitoriano Ricardo Lopes historiou a situação: “Após o jogo em Famalicão, vários atletas começaram a apresentar sintomatologia compatível com uma infeção viral (termo correto), nomeadamente febre, sintomas gastrointestinais e respiratórios, tendo o pico de doença ocorrido entre os dias de ontem e hoje. Devido a este quadro, vários atletas tiveram necessidade de assistência hospitalar para realização de medicação endovenosa”.

“Todos os atletas afetados encontram-se a realizar medidas de suporte e controlo sintomático, bem como em isolamento de contacto com os restantes desde que iniciaram os sintomas. A maioria dos jogadores não apresenta condições a curto prazo para poderem ser expostos a situação de jogo”, completou.

Ricardo Lopes não precisou a origem do vírus, enquanto que, em relação ao comunicado do Sporting em que aludia à recuperação dos jogadores sadinos para o jogo, afirmou: "De certeza que não foi o médico do Sporting a dizer isso. Perante os quadros atuais, e não têm acesso aos nossos registos que são nossos e confidenciais, não é viável uma recuperação a tão curto prazo."

O treinador do Vitória, o espanhol Júlio Velázquez, disse ser a primeira vez que lhe acontece uma situação destas em 23 anos.

"Jogar com três jogadores e os juniores não é digno de uma competição que está, em minha opinião, entre as seis melhores ligas da Europa. Não acredito que este jogo se jogue no sábado. Seria incrível!", concluiu.

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