A revista Sábado avança, esta quinta-feira, na edição online que a Polícia Judiciária estará a investigar várias denúncias sobre a “falta de transparência” da secção de classificações do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

De acordo com a mesma fonte, a investigação terá surgido depois de um ex-árbitro ter apresentado, há cerca de um mês, uma queixa-crime contra a “forma opaca” como são realizadas as avaliações de árbitros, assistentes, vídeo-árbitros e observadores.

A publicação adianta ainda que a queixa-crime - cuja investigação está a ser acompanhada pelo DIAP de Lisboa - foi apoiada por um vasto grupo de árbitros e assistentes, que defendem que as notas atribuídas aos árbitros têm sido viciadas para favorecer uns e prejudicar outros.

Fonte do processo confirmou à revista Sábado que vários pedidos de acesso a documentos da secção de classificações do Conselho de Arbitragem, como os critérios de avaliação e o peso dos parâmetros na nota final, foram constantemente rejeitados sem qualquer tipo de justificação por parte da FPF.

Incluídos neste grupo que apoia a queixa-crime estarão cerca de 30 árbitros e assistentes “com alto perfil mediático” que, de acordo com a revista, nas próximas semanas vão tornar público o processo “no local próprio” para desvendar as práticas que consideram ser ilegais por parte da secção de classificações e do Conselho de Arbitragem.

A secção de classificações do Conselho de Arbitragem da FPF é encabeçada por Lucílio Batista, ex-árbitro, e os vogais Albano Fialho e Pedro Portugal, sob de José Fontelas Gomes, presidente do Conselho.

Além disso, os árbitros e assistentes teriam de assinar, após os jogos, um documento que serve para implementar o desenvolvimento do grau de satisfação que apontava à elevada qualidade, sustentabilidade e credibilidade dos os árbitros e assistentes, mas o documento tinha uma adenda legalmente grave, onde teriam de aceitar as diretivas de avaliação mesmo que estas fossem geridas em dissonância com as normas do Regulamento de Arbitragem.

A publicação refere ainda que esta declaração não foi assinada por todos os árbitros e assistentes nessa Ação de Reciclagem e Avaliação (ARA)  de julho de 2017, até porque foram muitos os que não marcaram presença na ação de formação e avaliação, tendo sido subscrita ao longo do tempo, com as últimas firmas a serem colocadas em abril de 2018.

*artigo atualizado às 17h17