Pepa, na estreia como treinador do Paços de Ferreira, assumiu hoje o desejo de perseguir a identidade pacense, revendo-se numa "equipa aguerrida, agressiva" e ambiciosa diante do Famalicão, líder da I Liga de futebol após quatro jornadas.

Para o substituto de Filipe Rocha no comando técnico do Paços, "a primeira análise [aos 10 dias de trabalho na Capital do Móvel] é muito positiva, acima de tudo pela capacidade de trabalho, que é muito grande, e pela noção do que a equipa tem pela frente".

Pepa, que falava na conferência de antevisão ao jogo da quinta jornada da I Liga, no sábado, sublinhou que "o grande desafio é perceber que não está nada perdido" para o Paços, último classificado, na véspera de defrontar o surpreendente líder Famalicão.

"O Famalicão está a fazer um bom campeonato, teve um bom arranque, tem bons jogadores e uma boa equipa, mas, e o discurso lá é o mesmo, eles não são os melhores do mundo por terem vencido estes jogos e somarem 10 pontos, nem o Paços é o pior do mundo. Estamos em extremos na tabela, mas não vamos estar a olhar para a tabela", disse Pepa.

Para o treinador pacense, importa olhar sobretudo para aquilo que a equipa pode fazer, "tendo noção do valor do adversário, uma equipa jovem, de valor, e com qualidade, identificando aquilo em que é possível feri-lo em termos estratégicos", e "recordar o grande momento da época passada com a ajuda dos adeptos", procurando fomentar uma comunhão em torno da desejada identidade pacense.

"Jogar à Paços, e não é apenas quando jogamos em casa, é uma identidade que queremos. Quando isso acontecer naturalmente, a comunhão entre adeptos e equipa vai ser natural. Acredito que, a curto prazo, até já mesmo amanhã [sábado], vamos ter uma equipa aguerrida, agressiva e na procura dos três pontos", sublinhou.

Apesar da classificação, Pepa afastou pensamentos negativos, como "a ansiedade ou a tristeza", do leque de opções dos seus jogadores, que terão de "entrar em campo com alegria e a saber o que fazer, jogando com alma", e recusou qualquer atitude sobranceira do Famalicão, insistindo que o mais importante é a "responsabilidade".

"Temos de nos agarrar à responsabilidade, independentemente do favoritismo, seja contra quem for e onde for. Interessa identificar o adversário, estudá-lo ao máximo, passar o sumo aos jogadores daquilo que queremos - a estratégia -, fazer as melhores opções, e que venha o jogo. Estamos ansiosos e prevejo um bom jogo", referiu.

Sobre as escolhas para o jogo de estreia, Pepa disse que "não há titulares antecipados", tendo em conta o desejo principal de "ter um grupo competitivo" e "uma equipa forte", reconhecendo que "há muitas coisas boas do trabalho do Filó e mal seria se chegasse e não aproveitasse o que de bom foi feito".

O Paços de Ferreira, no 18.º e último lugar, com apenas um ponto, visita o líder Famalicão, com 10, no sábado, a partir das 16:30, em jogo da quinta jornada da I Liga.