Jonas, antigo avançado do Benfica, foi esta segunda-feira detido no aeroporto de Lisboa à chegada do Brasil, avança a CMTV. O antigo avançado foi identificado depois de um alerta da Interpol, que procurava localizar o seu paradeiro.

Segundo adiantou à Lusa fonte ligada ao processo, quando o ex-futebolista brasileiro entregou o passaporte para controlo pelos funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) do aeroporto foi ativado um alerta emitido pela Autoridade Tributária (AT).

Face ao sucedido foram chamados ao local dois inspetores da AT que recolheram dados relativos ao jogador, como a morada fiscal e contactos telefónicos necessários para o processo pendente que o jogador tem nas Finanças.

Embora tenha sido alvo destas diligências à chegada a Lisboa, a mesma fonte negou que Jonas tivesse sido formalmente detido.

O antigo jogador, de 38 anos, é um dos arguidos da operação 'Fora de Jogo' no âmbito do qual está sujeito à medida de coação de termo de identidade e residência.

Em 04 de março de 2020, a operação 'Fora de Jogo' levou à constituição de 47 arguidos, 24 pessoas coletivas e 23 pessoas singulares, após buscas em várias entidades ligadas ao universo do futebol.

5 perguntas (e respostas) sobre o processo Fora de Jogo
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Entre os arguidos contam-se "jogadores de futebol, agentes ou intermediários, advogados e dirigentes desportivos", especificou, então, a Procuradoria-Geral da República (PGR), sublinhando que "em causa estão suspeitas da prática de factos suscetíveis de integrarem crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais".

E acrescentou: "No inquérito investigam-se negócios do futebol profissional, efetuados a partir do ano de 2015, e que terão envolvido atuações destinadas a evitar o pagamento das prestações tributárias devidas ao Estado português, através da ocultação ou alteração de valores e outros atos inerentes a esses negócios com reflexo na determinação das mesmas prestações".

Na altura, as SAD de Benfica, FC Porto, Sporting, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães confirmaram a realização de buscas, atestando a disponibilidade para colaborarem com as autoridades.

De acordo com uma investigação do Observador, um dos contratos investigados no âmbito deste processo era o de Jonas. O antigo avançado, que representou o Benfica entre 2014 e 2019, já tinha alvo de buscas judiciais nas duas casas que detém na Grande Lisboa nessa altura.

A mesma publicação indica que o ex-Benfica terá defraudado o Estado em cerca de 5,1 milhões de euros.

Jonas, recorde-se, terminou a carreira de futebolista em 2019, após cinco temporadas ao serviço do Benfica, pelo qual participou em 183 jogos e marcou 137 golos, tornando-se mesmo no segundo melhor marcador estrangeiro das ‘águias’, apenas atrás do paraguaio Óscar Cardozo (172).

Entre 2014 e 2019, Jonas ajudou o Benfica a conquistar quatro títulos de campeão nacional (2014/15, 2015/16, 2016/17 e 2018/19), duas supertaças (2016 e 2017), duas taças da Liga (2014/15 e 2015/16) e uma Taça de Portugal (2016/17).

De ‘águia’ ao peito, foi também o melhor marcador da I Liga em duas ocasiões (2015/16 e 2017/18) e eleito o melhor jogador da competição noutras duas (2014/15 e 2015/16).

*Artigo atualizado às 23h45