Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, criticou duramente, esta terça-feira, o presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), acusando Luciano Gonçalves de subserviência às posições do Benfica.

"Tem havido uma subserviência às posições do Benfica e uma extrema agressividade em relação aos outros clubes, particularmente às posições do FC Porto. Quando o Benfica critica a atuação de um árbitro, das duas uma: ou Luciano Gonçalves não vem a público reclamar; ou vem com paninhos quentes, quase que assumir a legitimidade da crítica. O caso mais recente foi a ausência de defesa do árbitro Tiago Martins, atacado ferozmente pelo Benfica, de forma que não há memória no futebol português. O FC Porto queixou-se da arbitragem no Feirense-FC Porto e Luciano Gonçalves disse que essas críticas eram para consumo interno. Luciano Gonçalves veio vestir a camisola do Benfica e fazer a defesa do Benfica, deveria fazer a defesa de Tiago Martins. Porque desta vez não pediu um castigo pesado para os dirigentes do Benfica?", começou por questionar Francisco J. Marques, em declarações no programa Porto Universo da Bancada, do Porto Canal.

O diretor de comunicação do FC Porto falou também à questão da calendarização do futebol português, depois de o Benfica ter pedido a revisão da mesma.

"Há quem queira fazer a reflexão na praça pública para querer parecer o paladino da defesa sabe-se lá do quê. O FC Porto enviou duas cartas ao presidente da Liga para discutir este assunto da calendarização com os protagonistas que têm capacidade de decisão e com quem deve ser discutido. O calendário português tem algumas singularidades difíceis de entender", atirou.

"O campeonato nacional é uma prova de regularidade. Jogam todos contra todos, e depois há equilíbrio na competição, que deve haver na forma como é disputada. Uma das formas de aferir é a duração da primeira e segunda voltas. Em Portugal não existe esse equilíbrio. A primeira volta é uma espécie de prova de fundo e a segunda é um sprint. Não tem paralelo noutros campeonatos. A primeira volta começa em agosto e termina a 18 de janeiro, dura 162 dias e a segunda dura 112 dias. A discrepância em Espanha é de 142 dias para 126, em Inglaterra de dois dias, onde a segunda volta até dura mais, na Alemanha 8 dias, em França 12 dias e em Itália 4 dias", sublinhou.