Miguel Braga, diretor de comunicação do Sporting, veio esta quinta-feira a público criticar o castigo de um jogo de suspensão aplicado a Nuno Santos, depois de concluído o processo disciplinar que lhe tinha sido instaurado por atos na final da Taça da Liga, frente ao Benfica.

No editorial da edição desta quinta-feira do jornal 'Sporting', Miguel Braga aponta o dedo à dualidade de critérios do Conselho de Disciplina da FPF, criticando o facto de que imagens possam ser utilizadas para punir, mas não possam, depois, ser usadas para despenalizar.

"Que factos foram esses que levaram o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a castigar mais uma vez Nuno Santos? Recordemos que apesar das imagens televisivas terem desmentido um relatório incriminatório, o jogador foi suspenso um jogo no pós-jogo com o FC Vizela por 'uso de expressões ou gestos ameaçadores ou reveladores de indignidade'. Recordemos também que o facto de as imagens mostrarem que o jogador não fez o que está no dito relatório, de nada serviu para um CD que utiliza apenas essas mesmas imagens para castigar jogadores do Sporting, nunca para os inocentar", começa por lembrar o responsável pela comunicação dos 'leões'.

"Mas voltemos a essa final da Taça da Liga. Nuno Santos insultou um jogador adversário, coisa nunca antes vista em Portugal entre jogadores, entre equipas técnicas ou mesmo entre jogadores e árbitros, nunca. Existe assim um critério para todos os jogadores e existe outro exclusivamente para Nuno Santos. É este o nosso CD, é esta a disciplina que manda no futebol nacional", escreve, antes de prosseguir com as críticas ao Conselho de Disciplina.

"O mesmo CD que se mantém em silêncio depois dos vergonhosos acontecimentos que se viveram no pós-jogo do Dragão, entre Sporting CP e o FC Porto. Elementos credenciados pelo clube em questão agrediram – e há várias imagens televisivas que o comprovam – jogadores do Sporting CP. Estádio interditado? Isso não, que ainda faltam alguns jogos para o final da Liga. E consequências imediatas? Quatro jogos de suspensão para jogadores do FC Porto – dois jogos aplicados a Pepe e outros dois a Marchesín − e seis ao Sporting CP − três a João Palhinha, dois a Bruno Tabata e um a Coates por ter sido (mal) expulso. Sim, o nosso capitão foi pisado por Taremi, que se lançou em voo angustiante, enganando o árbitro e muito possivelmente o VAR e, não bastou ter sido injustamente expulso, ainda teve de cumprir um jogo de suspensão por essa expulsão – é este o sentido de justiça e disciplina do CD da FPF", lamenta Miguel Braga.