A direção do Desportivo das Aves disse hoje desconhecer em que divisão competirá na próxima temporada, após o clube, despromovido à II Liga, ter reunido com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

“Face à ausência de comunicação por parte da SAD, a direção do CD Aves requereu uma reunião com caráter de urgência junto da FPF, que foi concedida de forma célere. Até ao momento, não foi comunicado oficialmente, por parte das entidades competentes, em que escalão irá competir a equipa principal de futebol”, lê-se em comunicado.

Num balanço sobre a atualidade dos nortenhos, cujo clube passou a deter o controlo da equipa sub-19 e da residencial que alberga vários atletas juniores, a direção liderada por António Freitas diz ter assumido o tratamento logístico do relvado do estádio e acusa a SAD de ter “abandonado por completo as suas responsabilidades nas infraestruturas”.

“Apesar de todas as contrariedades, esta direção está empenhada em que a época 2020/21 se inicie sem contratempos, salvaguardando o bem-estar de todos os atletas. Aliás, os trabalhos da formação de futebol, do futsal e do voleibol já estão a decorrer com inúmeras medidas inéditas, que acrescentaram qualidade a esses departamentos”, prossegue.

Os corpos sociais do Desportivo das Aves foram eleitos em 27 de junho e vão solicitar uma auditoria às contas dos últimos mandatos, encabeçados por Armando Silva desde 2010/11, depois de terem encontrado o clube “numa situação extremamente frágil, incapaz de responder às despesas fixas” e com “avultadas dívidas a clubes e fornecedores”.

“A direção de Armando Silva não exigiu o pagamento de verbas devidamente definidas no protocolo estabelecido com a SAD. O valor em falta ascende a centenas de milhares de euros. Será agendada em breve e em tempo útil uma Assembleia-Geral Extraordinária para o esclarecimento de todas as questões dos associados”, termina a nota.

A administração da SAD, liderada pelo chinês Wei Zhao, falhou a regularização de salários ao longo da última época e assistiu às rescisões unilaterais de 15 jogadores e das equipas técnicas dos plantéis principal e sub-23, tendo consumado a descida à II Liga na 18.ª e última posição, com 17 pontos, outros tantos abaixo da zona de salvação.

O Desportivo das Aves também falhou os requisitos de licenciamento das provas profissionais da próxima época junto da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, mas dispensou o recurso para o Conselho de Justiça da FPF, acatando um desfecho que determinará a despromoção por via administrativa ao Campeonato de Portugal.