O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, manifestou-se hoje preocupado sobre a “forma tão fácil como os engenhos pirotécnicos entram nos estádios” e apelou à reflexão, na esperança de “uma vistoria mais efetiva”.

O líder da entidade reuniu hoje, a seu pedido, com o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, a secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto, e o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, para debater medidas a tomar no reforço da segurança nos espetáculos desportivos.

“Numa reflexão daquilo que tem sido a época que agora terminou, temos sentido que os fenómenos de violência e da intolerância do racismo, após o processo de pandemia onde não tivemos público nos estádios, tinham vindo a aumentar. Portanto, viemos sensibilizar o senhor ministro da Administração Interna que é um trabalho conjunto e que tem de ser feito entre a Liga e a tutela, por forma a que possamos preparar a próxima época desportiva”, começou por dizer Pedro Proença, à comunicação social, no final da reunião.

O líder da Liga de Clubes falou numa “série de medidas” que foram abordadas, mas incidiu e manifestou preocupação com um problema em especial: a falta de controlo à entrada dos estádios, que faz com que os adeptos transportem engenhos pirotécnicos para os recintos.

“[Falámos de] uma série de medidas que já tínhamos validado, que tem que ver com a monitorização dos adeptos na entrada nos estádios, a questão das vistorias, problemas de artefactos que continuam sem controlo a entrar dentro dos estádios. Há uma série de fenómenos que nos preocupam. Obviamente, por parte da Liga, há o compromisso naquilo que lhe diz respeito da autorregulação. Num trabalho conjunto, o que queremos é uma nova época diferente das outras, onde posamos rapidamente trazer as famílias aos estádios”, observou.

Pedro Proença reconheceu que a criminalização dos engenhos pirotécnicos tem tido “acolhimento por parte da tutela” e pediu uma reflexão sobre um tema que foi muitas vezes visto nos encontros do campeonato.

“É uma das medidas [criminalização dos engenhos pirotécnicos] que tem tido acolhimento por parte da tutela. Queremos que isso aconteça, porque aquilo que se passou na última época deve fazer-nos pensar e refletir sobre forma tão fácil como esses engenhos entram nos estádios de futebol profissional”, alertou.

Por fim, e “deixadas patentes uma série de propostas importantes”, a Liga e o MAI voltar a reunir-se dentro de duas semanas, para “reanalisarem o plano de trabalho e tudo aquilo que vão ser os futuros passos para a época que se avizinha”, de forma a esta “aconteça de uma forma diferenciadora”.

Por sua vez, o MAI, em nota enviada à comunicação social, realça que a “segurança nos recintos onde se realizam espetáculos desportivos, bem como o combate à violência associada ao desporto, continua a ser uma prioridade do Governo e das autoridades policiais e de proteção civil”.

No documento é também destacada a “vontade manifestada pela Liga Portugal de levar a cabo as medidas introduzidas na Lei em 2019 – a qual foi afetada pelo período pandémico e que agora importa implementar”.

O MAI reforça que a legislação em vigor já contempla medidas como “a criação, pelo organizador da competição desportiva, de um sistema informático para emissão e venda de bilhetes, a emissão de bilhetes nominativos para acesso a certas zonas dos estádios, ou a possibilidade da medida de interdição e acesso aos estádios ser acompanhada do dever de apresentação do adepto às autoridades”.

Segundo a nota, “foi consensual a importância das medidas de prevenção no que concerne à segurança nos recintos desportivos, nomeadamente dar seguimento às recomendações resultantes das vistorias realizadas aos recintos desportivos em 2020 pelo Grupo de Avaliação da Violência no Desporto (GAVD)”.

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