“Evidentemente, a pandemia tem um custo desportivo elevadíssimo na lógica que conduz a um corte na evolução e trajeto de muitos jovens. Acresce que será inevitável registar-se uma taxa de abandono elevada, que também compromete o futuro. É um problema que não afeta apenas Portugal, mas todo o mundo”, frisou José Couceiro.

Em entrevista à agência Lusa, em vésperas do arranque do Campeonato de Portugal, o responsável federativo admitiu ansiar pelo regresso das competições dos escalões de formação, suspensos desde março.

“Para já, temos de nos focar nas opções que temos para minimizar os efeitos imediatos desta situação, ao mesmo tempo que aguardamos luz verde da Direção-Geral da Saúde (DGS) para podermos reatar as competições nos escalões de formação. Estaremos preparados para o dia em que isso for possível. E ansiamos pela chegada desse dia”, referiu.

Em 25 de agosto, a DGS deu ‘luz verde’ ao regresso das competições desportivas seniores, aliviando as regras para o futebol e excluindo as modalidades de pavilhão da testagem obrigatória à COVID-19, ao contrário dos desportos de combate ou o râguebi, considerados de alto risco.

No entanto, aos escalões de formação das modalidades de médio risco, entre as quais se inclui o futebol e as modalidades de pavilhão, foram autorizados os treinos “no período de até 45 dias anterior à participação em competições internacionais agendadas” ou de forma individualizada.

Apesar disso, muitos clubes e escolas de formação têm permanecido sem atividade e, consequentemente, sem receitas.

“A FPF acompanha de muito perto a análise que tem sido feita sobre a possibilidade de retomar a atividade da formação. Como sabemos, já é possível fazer determinados tipos de treino, com limitações impostas pela DGS. Estamos a começar a atividade sénior e as escolas reabriram esta semana. É natural que esta reabertura de setores fundamentais do país seja avaliada antes de eventuais próximos passos”, concluiu.