César Boaventura, empresário de jogadores, admitiu em conversa com a Polícia Judiciária ter estado na origem do processo "Cashball", adianta esta quarta-feira a revista "Sábado".

De acordo com a publicação as declarações foram registadas por dois inspetores da PJ numa informação de serviço e surgiram durante uma "conversa informal" com Boaventura para "perceber as ligações existente entre os diversos agentes do futebol".

No decorrer dessa conversa, César Boaventura abordou o processo "Cashball", revelando ter sido "o próprio quem contribuiu para que o processo despoletasse, tendo sido a pessoa que apresentou o denunciante e agente de jogadores, Paulo Silva" a Carlos Macanjo, advogado de Boaventura.

O empresário de jogadores explicou que meses antes da operação foi chamado por Macanjo para uma reunião, na qual o advogado lhe solicitou o contacto de Paulo Silva, não conhecendo quaisquer contactos que possam ter existido entre os dois depois disso.

Boaventura revelou ainda um novo contato com o advogado, uma semana antes da operação, onde o mesmo lhe terá pedido para publicar um texto no seu Facebook onde fazia referencia a André Geraldes e à alegação de que o mesmo corrompia jogadores para beneficiar o Sporting, prevendo o início das diligências, das quais teve conhecimento pelo advogado que "tinha grandes contatos dentro da justiça e a controlava",

Questionado pelos inspetores da PJ sobre quais a motivações de Carlos Macanjo, César Boaventura terá afirmado que "seria meramente económicas". O empresário explicou ainda que era "prática habitual" do advogado "tentar recolher informação sensível na área desportiva para posteriormente a negociar com possíveis interessados".

Seis dos sete arguidos do caso "Cashball" foram ilibados de responsabilidades por falta de provas. O único arguido não ilibado é Paulo Silva, empresário que em março de 2018 denunciou o caso.