Contrariamente ao que tem sido habitual neste FC Porto de Sérgio Conceição, foi preciso esperar algum tempo (47 minutos, mais precisamente) para ver o campeão nacional fazer estragos. Uma primeira parte dura e com algum desacerto na finalização deixava antever dificuldades para os 'azuis e brancos'. E de repente tudo se tornou mais fácil. Corona, com a irreverência do costume, mostrou o caminho, os golos sucederam-se em menos de 25 minuto, e o FC Porto construiu um grande resultado (5-0), que lhe permite apanhar o Benfica no topo da classificação.

Sem mudar a fórmula vencedora da primeira jornada, diante do SC Braga, o FC Porto deixou o primeiro aviso logo aos quatro minutos, após um bom lance de Marega, mas o remate de Sérgio Oliveira passou por cima da baliza de Léo Jardim. A equipa portista continuava a carregar e aos 12' Matheus Uribe enviou a bola ao ferro. Tentou responder o Boavista através de uma saída rápida de Paulinho, que ainda driblou Mbemba mas o remate em esforço foi parar às mãos de Marchesín.

Aos 24' Sérgio Oliveira voltou a ameaçar a baliza de Léo Jardim, mas o remate do médio, apesar de bastante forte, saiu ligeiramente ao lado. Num dérbi bastante físico, tal como manda a tradição, o FC Porto ia controlando a bola, mas pouco mais conseguiu criar em zonas próximas da baliza. E apesar da linha defensiva bastante baixa, o Boavista mostrou capacidade para sair a jogar.

Mas, no início da segunda parte, tudo mudou. Decorriam apenas dois minutos quando Otávio descobriu Corona dentro da grande área, o mexicano recebeu, rodou para junto da linha final e, já quase sem ângulo, colocou a bola entre o poste e Léo Jardim, assinando o seu primeiro golo na temporada 2020/21.

O Boavista não acusou o golo e aos 50' Marchesín teve de se aplicar duas vezes, primeiro na resposta a um livre traiçoeiro de Sauer, e depois a defender um cabeceamento com selo de golo de Javi García.

O espanhol acabaria por estar ligado ao segundo golo do FC Porto, num livre direto marcado por Sérgio Oliveira (59'), com a bola a desviar na barreira e a trair Léo Jardim. Menos de 10 minutos volvidos, Marega fazia o 0-3 após um grande passe de Sérgio Oliveira, sem dúvida o melhor em campo, a explorar a profundidade do maliano.

O maliano chegou ao 'bis' pouco tempo depois, numa jogada estudada da equipa de Sérgio Conceição, que começou num livre de Sérgio Oliveira, com a bola a passar por Otávio, Corona, sempre a primeiro toque, até chegar a Marega, que finalizou para o 4-0. O FC Porto fazia um total de quatro remates à baliza e os quatro resultaram em golo.

Até ao apito final ainda houve tempo para Luis Díaz, que havia entrado para o lugar de Uribe, completar a mão cheia de golos: recuperação de bola de Manafá, que depois cruzou para o colombiano sentenciar a partida, já no último suspiro.

Com este resultado, o FC Porto igualou no topo da classificação o Benfica - que se tinha imposto horas antes na receção ao Moreirense, por 2-0 – e o Santa Clara, com seis pontos, enquanto o Boavista totaliza apenas um, tendo sofrido a primeira derrota no campeonato.

O momento

Golo de Corona aos 47 minutos: O remate certeiro do mexicano, logo a abrir a segunda parte, acabou por desbloquear um jogo até então bastante intricado para o FC Porto. E a partir desse momento tudo se tornou mais fácil.

O melhor

Sérgio Oliveira: O médio esteve em evidência numa primeira parte muito dividida, com dois remates que passaram perto da baliza de Léo Jardim, e na segunda marcou de livre direto e assistiu Marega com um excelente passe para o 3-0.

O pior

Defesa do Boavista: Não foi uma estreia feliz para Adil Rami, que cedeu demasiado espaço e foi incapaz de marcar Corona no golo inaugural. Depois de alguma infelicidade no 2-0, a defesa axadrezada perdeu completamente o norte e cometeu erros de palmatória como os que permitiram os dois golos a Marega.

Reações

Sérgio Conceição: "Foi uma segunda parte à imagem do que tem sido o FC Porto, sempre com grande ambição e determinação"

Vasco Seabra: "Temos o peso da dor da derrota. Hoje caímos, mas vamos levantar-nos"

Sérgio Oliveira: "Fomos justos vencedores"