O Benfica venceu esta terça-feira o Arouca por 0-3, em partida relativa à 18ª jornada da primeira liga. Dois golos de João Mário e outro de Petar Musa aqueceram a fria noite junto à Serra da Freita e deram a vitória aos comandados de Roger Schmidt. Com esta vitória os encarnados aumentam, ainda que provisoriamente, a diferença relativamente aos mais diretos adversários.

Já a derrota impede o Arouca de recuperar o sexto lugar na tabela classificativa, que agora pertence ao Vitória de Guimarães. Os homens de Armando Evangelista podem cair ainda mais na tabela no final da jornada.

Armando Evangelista mexeu em quase metade da equipa, em comparação com o onze que jogou diante do Sporting nas meias-finais da Taça da Liga. De Arruabarrena, Milovanov, Quaresma, Soro e Michel, este último em estreia enquanto titular, ocupam os lugares de Thiago, Esgaio, Weverton, Uri Busquets e Oday.

Do lado do Benfica o técnico Roger Schmidt foi forçado a fazer duas mudanças relativamente à equipa que começou diante do Paços de Ferreira. Para além do lesionado Gonçalo Ramos, os encarnados não contaram com Enzo Fernández; no último dia do mercado, o médio argentino ficou em Lisboa, havendo assim a possibilidade de rumar ao Chelsea no final da janela de transferências. David Neres e Chiquinho tomaram o lugar dos dois ausentes, levando Gonçalo Guedes a ocupar o lugar de homem mais adiantado.

Entrada forte e o abre-latas encarnado

Os encarnados entraram a dominar por completo a partida, empurrando o Arouca para junto da sua grande área, algo com que a equipa arouquense parecia confortável nos minutos iniciais. Sem uma referência ofensiva na área, o Benfica mostrava muita mobilidade no ataque, com Gonçalo Guedes, Neres, Aursnes e João Mário em constante movimento em busca de espaços junto da área arouquense.

Os caminhos esses não eram muitos já que a equipa da casa se mostrava muito compacta e confortável no seu último reduto; quase sempre os extremos Antony e Sylla fechavam os corredores, criando uma linha defensiva de seis, sete jogadores, dificultando assim a penetração do ataque encarnado junto da baliza de De Arruabarrena.

Com o avançar do relógio os homens da Serra da Freita foram subindo no terreno, começando a pressionar o Benfica em zonas mais altas do terreno, assim como procurando desenhar as suas jogadas de ataque. Apesar disso os encarnados continuavam a controlar as operações, sem nunca deixar de explorar as combinações pelos corredores para se aproximarem da baliza adversária.

E de uma dessas iniciativas nasceu o primeiro golo da partida. Corria o minuto 25 quando Neres recebeu de Grimaldo e serviu Aursnes já dentro da área; na cada de De Arruabarrena, o norueguês serviu João Mário que apenas teve de empurrar para o -1, naquele que foi o primeiro e único remate a qualquer uma das balizas na primeira parte.

Apesar de já estar em vantagem, os homens de Roger Schmidt continuaram a controlar a partida, beneficiando agora de um pouco mais de espaço junto da área do Arouca devido à natural subida dos arouquenses no terreno. Tal tentativa de reação nunca se materializou em oportunidades de golo; a equipa da casa apenas conseguia chegar junto da baliza de Vlachodimos através de lances de bola parada.

Ao intervalo o Benfica vencia por 0-1 com tranquilidade, numa primeira parte que cuja qualidade ficou aquém do esperado.

Águia anula uma tímida reação

Na segunda parte, e apesar do Arouca se mostrar mais agressivo e estendido no campo, pressionando agora de modo mais compacto, era o Benfica quem continuava a controlar a partida, não permitindo ao adversário desenhar uma reação adequada.

Beneficiando de um pouco mais de espaço no seu meio-campo ofensivo, os encarnados acabaram por conseguir aumentar a vantagem no marcador nos primeiros minutos da segunda parte; 54 minutos e uma excelente combinação entre Gonçalo Guedes e João Mário deixou este último completamente sozinho dentro da área e com tempo para um remate colocado e sem hipóteses para De Arruabarrena.

A perder por dois golos, Armando Evangelista resolveu mexer no ataque, fazendo entrar Arsénio e Bruno Marques para os lugares de David Simão e Michel. A alteração trouxe maior acutilância ao ataque dos arouquenses, que agora conseguiam ligar os setores de forma mais eficaz.

Aos 62 minutos um excelente passe de Sylla isolou Quaresma que acabou por se atrapalhar com um colega de equipa, desperdiçando assim a melhor oportunidade de golo do Arouca até à altura; três minutos depois foi Alan Ruiz a ganhar espaço no corredor central e a rematar com a bola a passar perto do poste de Vlachodimos.

O Arouca tentava desenhar uma reação, mas os encarnados trataram de neutralizar a resposta da equipa da casa, voltando a assumir as rédeas do jogo. Para além disso as águias fizeram ainda questão de dissipar quaisquer dúvidas que ainda pudessem pairar sobre o resultado final quando, aos 80 minutos, o recém-entrado Petar Musa aproveitou uma bola deixada por David Neres dentro da área, para fazer o 0-3.

Até final o Benfica limitou-se a controlar as operações a seu belo prazer, ficando simplesmente à espera do apito final de Rui Costa.

Com esta vitória os encarnados têm agora dez pontos de vantagem sobre o SC Braga e onze sobre o FC Porto, se bem que estas equipas têm menos dois jogos que o Benfica. Já o Arouca viu fugir o sexto lugar para o Vitória de Guimarães; os arouquenses podem ainda cair ainda mais na classificação em caso de vitória do Boavista.