O Boavista entrou forte, sendo a última equipa a perder a invencibilidade, e, mesmo trocando no comando técnico Lito Vidigal por Daniel Ramos, após 14 jornadas, garantiu cedo a manutenção na I Liga de futebol.

A mudança de treinador durante a temporada tornou-se um padrão desde que os ‘axadrezados’ regressaram à I Liga, em 2014/15, e resta saber se Daniel Ramos fica ou sai, havendo notícias, não confirmadas, de que não renovará e já terá substituto.

O percurso do Boavista fica marcado pelo facto de ter estado sem perder até à nona jornada, que concluiu no sexto lugar, com 15 pontos.

Com esse desempenho, as expectativas subiram alto, mas não se confirmaram, já que, nas cinco jornadas seguintes, a equipa ‘descarrilou’, sofrendo quatro derrotas.

O capital que Lito Vidigal conquistara esfumou-se, passou a ser contestado, convertendo-se num foco de divisão da família boavisteira, e não resistiu à derrota no reduto do Marítimo. Após 14 jornadas, o Boavista ocupava então o nono lugar, com 18 pontos.

Daniel Ramos entrou mal, com apenas um ponto conquistado em três jogos, dois deles em casa, e o Boavista fechou a primeira volta no 12.ª posto, com 19 pontos.

A permanência continuava a ser o principal objetivo e foi garantida cedo, à 27.ª jornada, quando os ‘axadrezados’ receberam e bateram o Vitória de Setúbal, por 3-1, atingindo os 35 pontos e subindo ao oitavo lugar.

Para trás haviam ficado três meses de paragem forçada pela pandemia da covid-19, que o Boavista aproveitou para trabalhar aspetos emocionais com a ajuda de um especialista em neurociência. A verdade é que o rendimento subiu, os pontos chegaram e com eles chegou também a tranquilidade, e sem que a equipa tivesse ido ao mercado em janeiro.

O Boavista não só não se reforçou como perdeu a promessa Samuel Pedro, de 19 anos, para o Benfica, e os titulares Rafael Costa e Neris para o futebol árabe, saídas estas que, porém, permitiram à SAD um encaixe financeiro não revelado, mas, seguramente, importante para uma entidade com recursos mínimos.

A valorização dos jogadores formados no clube também passou a ser uma preocupação, assim se explicando a aposta em Samuel Pedro, Reymão e Reisinho, bem como no paraguaio Fernando Cardozo, de 19 anos, visto internamente com um valor seguro.

Um dos pontos altos do Boavista foi o facto de Helton Leite ter sido considerado o melhor guarda-redes em janeiro, fevereiro e junho, sendo um dos grandes responsáveis por a equipa ter a sexta defesa menos batida, com 39 golos sofridos.