O programa 'Sexta às 9' da RTP, divulgou o interrogatório judicial a Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting. Na investigação ao ataque à Academia do Sporting, em que os jogadores, treinadores e equipa médica foram agredidos por cerca de 50 adeptos da claque Juventude Leonina, Bruno de Carvalho contou a sua versão dos factos e explicou ao Juiz de Instrução do Barreiro o que quis dizer com o 'façam o que quiserem', a célebre expressão para elementos da Juve Leo.

A frase foi proferida durante uma reunião na sede da claque, a 7 de abril e, de acordo com Bruno de Carvalho, o tema da conversa não era qualquer ataque a Academia do Sporting.

"O tema da conversa foi 90 por cento o ataque que fiz, segundo eles, ao Fernando Barata. E alguém diz 'vamos fazer uma tarjas com frases'. A verdade é que tinha de acabar a reunião e disse relativamente às tarjas 'façam o que quiserem', porque sabia que o 'façam o que quiserem' era inócuo", explicou.

Questionado sobre quem terá ordenado o atirar de tochas a Rui Patrício no dérbi com o Benfica em Alvalade, Bruno de Carvalho esclareceu que tal iniciativa, que considerou uma "parvoíce", partiu da Juve Leo.

"A única coisa que queria era fazer uma homenagem a um adepto morto, porque fazia parte da combinação para eles se acalmarem, e depois eles fizeram aquilo", explicou.

Outro tem que Bruno de Carvalho teve de explicar no interrogatório foram os seis telefonemas de Fernando Mendes, um dos detidos, depois do jogo com o Marítimo, para Bruno de Carvalho.

"Ele era isto, muito zangado. O que queria? Ele estava completamente embriagado. Eu acho que era muito mais o querer ser ouvido. E por que motivo viria falar comigo e não com outra pessoa? Acho Alcochete muito estranho, talvez só ele quisesse que ficasse registado...", contou Bruno de Carvalho, que também teve de explicar a mudança da hora do treino, no dia da invasão a Academia do Sporting.

"Dissemos-lhe [a Jorge Jesus] que íamos fazer uma reunião de manhã com os nossos advogados para decidir o que fazer. Quando ele saí da reunião está convencido de que está despedido. Quis passar o treino para a tarde porque achava que já não o ia dar", sublinhou.