António Fiúsa, presidente dos gilistas na altura do caso Mateus, comentou esta quinta-feira o regresso da equipa à I Liga. O antigo dirigente deixou alguns elogias à Federação Portuguesa de Futebol, mas atacou o presidente da Liga de Clubes.

"Dou os parabéns à Federação Portuguesa de Futebol e a Fernando Gomes pela sensatez em todo este processo. Mas quem devia ter feito este comunicado era a Liga e o seu presidente, mas o Pedro Proença é, na realidade, um banana. Ele lembra-se bem do acordo que fez com o Gil Vicente, mas quer jogar em vários tabuleiros. É um jogador nato. Está em ano de eleições e quer os clubes por perto para um novo mandato", atirou António Fiúsa, em declarações ao jornal 'A Bola'.

O antigo dirigente do Gil Vicente deixou ainda um aviso a Pedro Proença. "Se for necessário conseguimos mobilizar 30 ou 40 autocarros para a Liga. Somos gente de boa fé, pacífica, mas estamos cansados de ver o Gil Vicente ser prejudicado. E uma população cansada pode fazer algumas besteiras. E eu vou para a primeira linha", afirmou António Fiúsa.

Já à Lusa, o antigo presidente do Gil Vicente acrescentou que "a FPF esteve muito bem ao fazer este comunicado para clarificar isto tudo. Já há dois anos que o Gil Vicente era para ter subido, mas manobras de bastidores e tráfico de influências de alguns clubes que nunca querem descer, fizeram com que fosse retirado esse ponto na ordem de trabalhos numa assembleia-geral da Liga".

"Lá porque alguns clubes construíram mal os seus plantéis, não tiveram competência para contratar jogadores de qualidade, quererem usar o Gil Vicente como boia de salvação, é próprio de gente que não tem caráter", acusou Fiúza, presidente dos gilistas em 2006, quando a equipa foi despromovida à II Liga, por alegada irregularidade na utilização de Mateus, avançado angolano, atualmente no Boavista.

O Gil Vicente viu a LPFP anunciar a sua reintegração na I Liga a 12 de dezembro de 2017, na sequência de uma decisão do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, em 2016, que declarou nula a decisão de descida do Gil Vicente tomada pelo Conselho de Justiça da FPF, em agosto de 2006.

"Conheço bem o futebol português, há muito compadrio e tráfico de influências, fico sempre com algumas dúvidas, mas depois deste comunicado da FPF, fico mais descansado", assinalou.

Recorde-se que a FPF exigiu hoje a reintegração do Gil Vicente na I liga portuguesa na próxima época e garantiu não aceitar que "as expetativas criadas em todas as entidades e agentes desportivos, por via das alterações regulamentares e deliberações tomadas no seio da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), sejam frustradas neste momento, com impactos negativos em todas as competições seniores nacionais."

Atualmente, o Gil Vicente disputa a Série A do Campeonato de Portugal - terceiro escalão -, sem que os seus jogos contem para a classificação, por determinação federativa.

Recentemente, vários clubes do principal escalão admitiram recorrer à justiça para impugnar o campeonato, alegando que a decisão judicial de 2016 não obriga à reintegração do clube de Barcelos.

*Artigo atualizado