O médio André André, do Vitória de Guimarães, que esteve 10 meses sem competir, lesionado, disse hoje estar "ansioso" por voltar a jogar, face à paragem da I Liga portuguesa de futebol, causada pela pandemia da Covid-19.

Apesar de ter reconhecido que a "saúde de todos está acima de tudo" e que a rotina se tornou "um bocado estranha", o futebolista, de 30 anos, disse querer voltar aos relvados o quanto antes, depois de se ter curado de uma Deformidade de Haglund, inflamação junto ao calcanhar, em janeiro de 2020, e marcado dois golos em nove partidas até à interrupção do campeonato, decretada em 12 de março.

"Como todos os meus colegas, estou muito ansioso [por voltar a competir]. Sempre fizemos disto a nossa vida. Jogando em junho, em julho ou em agosto, à porta aberta ou à porta fechada, o nosso interesse tem de ser o de querer jogar e o de querer ganhar. Isto é a nossa vida e temos de estar preparados para todas as situações", frisou, em videoconferência organizada pelo clube minhoto.

O ‘capitão' dos vitorianos referiu ainda que precisou de "muita força, muito querer e muita determinação" para voltar ao ativo após um processo com algumas cirurgias sem sucesso, e disse estar a treinar diariamente, para voltar aos relvados tão "preparado" em termos físicos como está a nível mental.

"Prefiro estar parado desta forma do que por lesão. Quando voltar [à competição], vou entrar com tudo na mesma. Para mim, ainda foram poucos jogos e poucos treinos [nesta época]. Já tinha muitas saudades de fazer o que mais gosto sem limitações. Quando voltar, vou motivar os meus colegas ao máximo", realçou.

Apesar dos três triunfos consecutivos que elevaram a formação treinada por Ivo Vieira para o sexto lugar antes da paragem da I Liga, André André recusou ser o "salvador" do Vitória, tendo dito que se limita "a dar sempre o melhor" e que a equipa já fizera "boas sequências [de jogos] na primeira volta" e mesmo na Liga Europa.

O antigo jogador de FC Porto e Varzim considerou, no entanto, que essa série de resultados vai manter em alta a "confiança" do plantel quando chegar a hora de se reunir para treinar, ainda que não se saiba se o campeonato vai ser retomado, e quando.

"Sinceramente, ninguém gosta de acabar o campeonato a meio, mas não sou eu quem decide isso. A nossa administração está em contacto com a Liga e com a Federação. Certamente, eles irão decidir da melhor forma", afirmou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas. O país está em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.