Não é novo e começa a ganhar forma no FC Porto de Sérgio Conceição: vitórias arrancadas à ferro para lá da hora. Na época passada houve alguns, como as frente ao Belenenses e Boavista para a Liga e Leixões para a Taça de Portugal e esta época, logo à 5.ª jornada, nova vitória azul-e-branca para lá da hora. Marcano marcou aos 98 e deu os três pontos frente ao Portimonense, num jogo onde o FC Porto 'adormeceu' no segundo tempo, aproveitado pelos algarvios para passar de 0-2 para 2-2. Os de Folha até podiam ter feito o golo da vitória.

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O jogo: Gerir um 2-0 tão cedo é perigoso e raramente acaba bem

Com as recuperações de Pepe, Marega e Zé Luís, jogadores que estiveram condicionados durante toda a semana, Conceição apresentou no Algarve o seu melhor onze, exceção a Romário Baró que não recuperou e foi substituído por Otávio. Uma mudança bem aproveitada pelo brasileiro.

Frente a um adversário que nunca venceu o FC Porto desde que voltou ao convívio dos grandes do futebol português (o Portimonense já derrotou o Benfica e o Sporting), tudo parecia fácil para o FC Porto quando Zé Luís fez o 2-0 aos 45 minutos, pouco antes do intervalo.

Um jogo que estava a ser controlado, com Corona e Otávio a dinamizarem e 'dinamitarem' a ala direita, com várias situações de perigo, um Danilo a aparecer várias vezes em zonas de finalização (e a finalizar muito mal) e uma tarde/noite que parecia ser de sossego para Pepe e Marcano.

O Portimonense, uma equipa que gosta de ter bola, de jogar o jogo pelo jogo, tinha dificuldades em sair da forte pressão exercida pelo FC Porto. Os médios algarvios não tinham bola pelo que os centrais, a construir, optavam sempre pelo jogo direto, onde a capacidade física dos centrais do FC Porto impunham as suas leis. Depois de Diaz atirar ao poste, Alex Telles fez o primeiro, numa grande penalidade assinalada por Rui Costa. Danilo falhou o 2-0 de forma escandalosa, num jogo que parecia não ter história.

Mas a história estava reservada para a segunda parte. Folha fez mudanças no onze e na forma de jogar que abalaram o FC Porto e colocou os algarvios a discutirem o resultado. Dener reduziu aos 73, Anzai empatou aos 77 e Sérgio Conceição levou as mãos à cabeça, incrédulo com o que via. Podia ter sido pior se Alex Telles não tem feito falta (viu vermelho direto) para travar Marlos quando este ia isolado para fazer o 3-2, que Jackson tinha falhado momentos antes.

Mas no último suspiro, já com mais alma e coração que cabeça, surgiu 3-2 por Marcano, numa desatenção defensiva dos de Portimão. Os três pontos dos da Invicta não disfarçam uma má segunda parte e a crónica incapacidade defensiva portista, muito permissiva esta época, onde só se safa o guarda-redes Marchesín (já são sete golos sofridos em sete jogos).

Momento-chave: cabeça de Marcano e 3-2 aos 98 minutos

O árbitro Rui Costa tinha dado cinco minutos de desconto mas no lance que levou a expulsão de Alex Telles (o árbitro começou por marcar fora de jogo mas, alertado pelo VAR, deu vermelho ao lateral e marcou falta) gastaram-se mais de dois minutos. E foi no último lance do encontro que um canto de Corona encontrou a cabeça de Marcano para o 2-0.

Polémica: Rui Costa com muito trabalho

Começou no lance da grande penalidade a favor do FC Porto: o árbitro entendeu que Jadson cortou com o braço o centro de Luiz Diaz e assinalou castigo máximo.

Depois teve de emendar o erro e mostrar vermelho a Alex Telles e marcar livre direto a favor do Portimonense, depois de alertado pelo VAR: antes tinha marcado, erradamente, fora de jogo de Marlos.

O golo do FC Porto marcado aos 98 minutos não agradou à equipa da casa, que queria o fim da partida minutos antes.

Os melhores: Otávio mereceu o lugar, Anzai merecia mais após grande 2.ª parte do Portimonense

Otávio foi o melhor em campo. Dos seus pés saíram os principais lances de perigo do FC Porto.

Anzai estava a ter dificuldades no primeiro tempo com Luiz Diaz mas soltou-se no segundo tempo, subiu no terreno e fez um golaço. Ajudou a dinamizar o lado direito no segundo tempo, juntamente com Marlos Moreno.

De elogiar ainda a reação do Portimonense no segundo tempo, a fazer uns excelentes 45 minutos, apenas estragados com o golo de Marcano aos 98.

Os piores: Conceição mal no banco

O técnico admitiu que não tomou as melhores decisões no banco. Luiz Diaz saiu quando era dos melhores do FC Porto em campo e a entrada de Nakajima não ajudou a estancar o melhor período do Portimonense no encontro. Conceição retirou Zé Luís do jogo quando o cabo-verdiano até estava a fazer um jogo melhor que Marega, seu parceiro na frente de ataque.

Reações: Conceição faz 'mea culpa, Folha fala em segunda parte de sonho

Conceição: "O treinador está para ajudar equipa e hoje eu compliquei o jogo"

Otávio: "Não podemos sofrer golos da forma como sofremos estes"

Folha: "Fizemos uma segunda parte de sonho. Custa perder assim"

Júnior Tavares: "Num lance parvo da nossa equipa acabámos por sofrer"

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