Leão adormecido, jovem e com unha pouco afiada. O clássico permitiu vislumbrar uma, ainda que ténue, luz ao fundo do túnel para a equipa de Rúben Amorim - Que estes leões afinal podem valer bem mais do que fazia querer. Por outro lado, as saídas de peso no FC Porto foram preenchidas por um leque de reforços que claramente ainda não têm o ADN do Dragão e que terão que ser rapidamente formatados por Sérgio Conceição, caso contrário, os dragões poderão perder ainda mais pontos: Lendo de forma fria os números, os campeões nacionais já levam um empate e uma derrota ao cabo de quatro jogos na Liga.

Veja o resumo da partida

No primeiro teste de fogo em competições nacionais, o Sporting respondeu a preceito e não se escolheu perante a mais tarimbada equipa portista. Do lado azul e branco, Zaidu foi aposta e acabou por corresponder. Já Amorim, deu a titularidade a Palhinha e colocou Jovane entre Nuno Santos e a Pedro Gonçalves.

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O momento do minuto 88, com Vietto a marcar o empate, acabou por culminar num desfecho inteiramente merecido e os leões até podiam ter almejado a mais, da mesma forma que o FC Porto. O resultado ajusta-se.

O FC Porto foi impetuoso na primeira parte, com um pressing constante sobre a primeira fase de construção do Sporting, e com a técnica individual dos seus jogadores a sobressair, com destaque para Luís Diaz. O colombiano quando não descobria os companheiros, queimava com facilidade linhas, levando a equipa para a frente com a bola dominada. Os dragões tentaram guardar o resultado demasiado cedo e pagaram caro a impertinência. O 4-3-3 de Conceição, com dinâmica musculada e com futebol que teve pouca profundidade - alguém viu Marega? - privilegiava o lado esquerdo na construção , com o estreante Zaidu a ser constantemente chamado o jogo. O leão sofria na saída de bola, mas foi o primeiro a chegar ao golo, num pontapé fulgurante de Nuno Santos.

A balança do domínio pendida para ambos os lados, mas os azuis e brancos reagiram ao golo e chegaram ao empate por intermédio de Uribe, depois de um cruzamento com conta, peso e medida de Zaidu. Nos leões, Palhinha tentava ser o tampão, dando soltura a um Matheus Nunes menos evoluído na transição ofensiva. Um pouco contra a corrente do jogo, um contra-ataque dos dragões resultou em golo e provocou a reviravolta: Corona tirou Feddal do caminho e tocou com classe para o fundo da baliza. Antes do intervalo, polémica em torno de uma grande penalidade e expulsão de Zaidu. O árbitro acabou por reverter a decisão.

Na segunda parte, o encontro ficou mais amarrado e imperaram os duelos. As oportunidades escassearam. Os dragões 'deram o ouro', mas o Sporting não conseguia furar as linhas da equipa de Sérgio Conceição. Amorim tentou virar o curso da partida: Entraram de João Mário, Vietto, Sporar. O golo chegou num lance construído por Tiago Tomás (entrou na segunda parte): Cruzamento para a área, Sporar desviou de calcanhar e o argentino concedeu o empate. O Sporting voltou aos pontos em clássicos.

O momento

O golo do Sporting apontado por Vietto ao minuto 88´. Deu justiça ao marcador, numa segunda parte em que o FC Porto praticamente se limitou a defender.

A polémica

Corria já o minuto 45´ de jogo, Pedro Gonçalves apareceu na cara de Marchesín, mas caiu no duelo com Zaidu. O árbitro entende que há falta, assinala o castigo máximo e exibe o segundo amarelo ao jogador portista e consequente vermelho. Depois de análise VAR, Luís Godinho vai ele mesmo ver as imagens e acaba por reverter a decisão inicial, anulando o penalti e o cartão amarelo ao lateral do FC Porto.

Melhores

Luís Diaz

Classe técnica e perfume. Que bem que esteve na primeira parte no relvado de Alvalade. Ficaram na retina os lances em que sentou vários adversários. Com a bola colada no pé, faltou-lhe por vezes sensatez na hora de decidir. Assistiu Corona para o golo. Baixou depois a intensidade e acabou substituído.

Corona

É outro dos predestinados na equipa de Sérgio Conceição. Lance de génio no golo da reviravolta portista, em que trocou as voltas a um adversário e picou a bola sobre Ádan. Tudo o que faz, faz bem.

Nuno Mendes

Deslumbra pela velocidade e técnica individual. Tentou ir para a frente e causou calafrios ao adversário. É um jogador extra nesta equipa de Amorim. Importante para o raide final à baliza de Marchesín.

Nuno Santos

Remate espectacular a fazer o empate. Dinâmico na frente, deu pulmão e intensidade à equipa do Sporting. Acabou por sair por lesão.

Palhinha

Muito influente no clássico, serviu de tampão no meio campo e permitiu que Matheus Nunes se pudesse soltar e atuar em zonas mais adiantadas. Decisivo no corte que dá origem ao golo do empate.

Piores

Centrais leoninos

Desacertados nas saídas de bola, acumularam demasiados passes errados.  Só por ineficácia portista, a sucessão de erros não foi aproveitada.

FC Porto a ver jogar na segunda parte. Reforços como Filipe Anderson terão que trabalhar 

A equipa de Conceição foi muito inoperante na segunda parte. O FC Porto quis guardar o resultado e não correu bem. Felipe Anderson teve alguns pormenores de classe, mas perdeu uma bola dividida com Palhinha que viria a dar origem ao golo do empate.

Reações

Amorim fala em "azar com o VAR", diz aceitar expulsão mas critica arbitragem: "Antes ouviu-se pior de outro sítio"

Conceição: "Sporting deve estar contente por empatar, eu estou desiludido: perdi dois pontos importantes"

Sporting 2-2 FC Porto: Palhinha agradado com recuperação, Corona desiludido com empate

Varandas ataca arbitragem do clássico: "Em Portugal, só vencer por mérito é muito difícil"

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