O Benfica recebeu e venceu o Farense ao início da noite de domingo. Foi a terceira vitória das 'águias' em três jogos e a terceira derrota noutras tantas jornadas para os algarvios, neste seu regresso ao 'convívio dos grandes'. Um triunfo esperado e natural, pensará quem olhar para a tabela classificativa sem ter visto o jogo. Mas a verdade é que, para quem viu, o triunfo não foi assim tão natural e o desfecho podia mesmo ter sido outro, bem diferente.

O resultado, 3-2 para as 'águias', mostra desde logo que talvez não tenha sido assim tão fácil. E não foi. O Benfica esteve longe de ser a equipa dominadora que foi nos triunfos sobre Famalicão e Moreirense e de mostrar a mesma 'avalanche' ofensiva demonstrada nessas duas partidas. Já o Farense ia levando quem assistia ao encontro a questionar-se como segue a formação algarvia ainda com zero pontos na cauda da classificação. Valeu à turma da casa um herói inesperado, tantas vezes criticado, a saltar do banco para fazer dois golos decisivos e evitar a surpresa.

O jogo: Otamendi não fez esquecer Rúben Dias e o Benfica tremeu, mas não caiu

Jorge Jesus afirmou, no final da partida, que o jogo tinha mostrado o porquê de querer mais um central. E tem razão.

Sem Rúben Dias, que rumou ao Manchester City, e sem Verthongen, que vai estar ausente algum tempo devido a lesão, o treinador teve de apostar numa dupla de centrais inédita, composta por Jardel, que frequentemente se tem visto afetado por lesões (voltaria a acontecer mais à frente no jogo) e pelo recém-chegado Otamendi. Não foram precisos mais do que quatro minutos para o pânico pairar sobre a defesa 'encarnada', com o Farense a criar perigo num lance em que vários jogadores algarvios levaram a melhor 'nas alturas' sobre os defensores 'encarnados'.

Mas os pupilos de Jorge Jesus reagiram bem a esse primeiro susto. Criaram algumas situações de golo e marcaram relativamente cedo. Rafa, veloz como sempre com bola, arrancou que nem uma flecha rumo à grande área do Farense, parou, olhou, viu Pizzi a chegar e serviu o colega para o 1-0.

Inaugurado o marcador com apenas 15 minutos jogados, pensou-se que o Benfica iria partir para mais uma vitória tranquila. Puro engano! As 'águias' abrandaram, adormeceram e acabaram por cair num sono profundo que permitiu ao Farense crescer mais e mais no jogo.

O intervalo não serviu para despertar e o Farense continuou a somar avisos. Beneficiou de uma grande penalidade - por falta cometida por Otamendi - que não converteu e acabou por marcar mesmo, por Jonathan Lucca, na sequência de um canto em que mais uma vez ganhou nas alturas à defesa 'encarnada'.

Nem assim o Benfica acordou. Parecia não haver forma de acordar. Nem com as mexidas introduzidas por Jesus, que começou por lançar Pedrinho, Seferovic e Weigl para os lugares de Rafa, Waldschmidt e Gabriel, nem com um golo anulado ao Farense aos 58 minutos, nem com uma defesa fenomenal de Vlachodimos a evitar que Stojiljkovic virasse o marcador do avesso à passagem do minuto 61.

Curiosamente, o despertador só tocou à entrada para o quarto de hora final, e depois de mais um contratempo defensivo, com a saída, por lesão, de Jardel, que cedeu o lugar a Ferro. Mas tocou a tempo. Aos 77 minutos o Benfica criou perigo pela primeira vez na segunda parte e aos 79 marcou. Seferovic, o 'patinho feito' da equipa para tantos adeptos, correspondeu da melhor forma a um cruzamento fantástico de Grimaldo e, com um excelente golpe de cabeça, fez o 2-1. Motivado, o suíço viria a bisar na partida e a matar o jogo pouco depois.

Mas houve ainda tempo para nova falha de Otamendi, a comprovar as tais palavras de Jesus no final da partida e a permitir que Patrick ainda reduzisse o marcador para 3-2, já nos descontos. O apito final soou pouco depois. O Benfica tremeu, suou, assustou-se, mas soube não cair e a verdade é que, ao fim de três jornadas, está isolado no topo da I Liga.

O momento: Defesa fantástica de Vlachodimos (Minuto 61')

O Farense estava claramente por cima no jogo e tinha até festejado um golo três minutos antes, anulado depois por indicação do VAR. O Benfica não conseguia impor-se e, em mais uma ocasião de golo para os algarvios, Stojiljkovic cabeceou à queima roupa e Vlachodimos respondeu com uma defesa por instinto, verdadeiramente espetacular, a impedir aquele que seria o 2-1 para os algarvios.

Os melhores: Vlachodimos e Seferovic salvaram a 'águia'

Haris Seferovic foi o herói da vitória do Benfica. São muitos os que o criticam e são muitos os que acham que não devia ter lugar no plantel, mas a verdade é que o suíço continua a marcar e já leva três golos esta temporada, sempre vindo do banco. Desta vez, com um bis decisivo.

E se Seferovic foi decisivo a marcar, Odysseas Vlachodimos foi decisivo a defender. Num jogo em que teve, certamente, mais trabalho do que aquele que esperava, o guardião grego brilhou a grande altura, com um punhado de estrondosas defesas. Defendeu até 'a mesma' grande penalidade duas vezes, depois de o árbitro mandar repetir o castigo máximo cobrado por Ryan Gauld e, entre as excelentes intervenções que produziu, na retina fica a tal ao minuto 61.

O pior: Otamendi teve estreia para esquecer, Gabriel não se viu

O Benfica ganhou, mas Nicolas Otamendi não teve, certamente, a estreia que desejava. O argentino fica ligado a alguns dos piores momentos defensivos das 'águias' no jogo. Foi ele que cometeu a grande penalidade de que o Farense beneficiou e foi dele o erro que deu origem ao segundo golo dos algarvios, ao cair do pano, desarmado por Patrick quando era o último defensor. Um regresso à I Liga longe daquilo que se sabe ser o seu valor.

Também longe do que já demonstrou esteve Gabriel. Uma vez mais titular no meio-campo das 'águias', o brasileiro pouco apareceu no jogo e, quando se viu, foi geralmente a perder bolas ou a errar passes, com a equipa a acusar o seu pouco rendimento. Acabou substituído por Weigl com o resultado em 1-1.

Estatísticas de curiosidades

- O Farense rematou mais do que o Benfica. Os algarvios totalizaram 11 remates (nove na direção do alvo) contra nove das 'águias' (sete na direção da baliza.

- Há oito épocas que o Benfica não chegava à 3.ª jornada com tantos golos marcados. As 'águias' somam dez golos em três jogos. Na época passada, ao fim de três jornadas, tinham marcado apenas sete.

-Darwin Nuñez ainda não marcou qualquer golo em jogos oficiais pelo Benfica, mas voltou a fazer uma assistência para golo, a terceira em três jornadas da I Liga.

As reações

Jorge Jesus: "Este jogo deu a indicação do porquê de querer mais um central"

Seferovic: "Foi importante para mim entrar e marcar"

Sérgio Vieira: "Tivemos muitos aspetos em que fomos superiores. Saímos frustrados"

Jonathan Lucca: "Merecíamos, no mínimo, o empate"

O Resumo

Veja os melhores momentos e todos os golos do suado triunfo do Benfica sobre o Farense.

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