Pepe Reina, antigo internacional espanhol, agora a jogar no Aston Villa, revelou à rádio 'Cadena Cope' que teve todos os sintomas do novo coronavírus, mas não chegou a fazer o teste.

"Na semana passada tive todos os sintomas do coronavírus. Foram dias difíceis em que tomei todas as precauções para não infetar quem vive comigo. Aqui os testes não são feitos a não ser que estejas muito mal e isto só pode ser um problema, mas agora estou bem. É difícil, é como se um camião me tivesse atropelado", começou por dizer o guarda-redes de 37 anos.

Pepe Reina admitiu que os jogadores de futebol estão numa posição "privilegiada" face a outras pessoas que neste momento sofrem os efeitos da pandemia.

"Nós, jogadores, somos privilegiados. É fácil para mim estar isolado, as pessoas que realmente têm ‘tomates’ são aquelas que vivem num apartamento de 70 metros quadrados com três filhos, esses são os verdadeiros heróis", afirmou.

Reina, que está emprestado pelo AC Milan, tem seguido com preocupação a situação que se vive em Itália (onde também representou o Nápoles) e em Espanha. "São tempos difíceis e todos estamos preocupados. O que mais me afeta é ver as pessoas morrerem sem terem a possibilidade de se despedirem das suas famílias", lamentou.

Nesse sentido, o guarda-redes garante que não pensa no regresso do futebol: "O futebol é secundário neste momento, não quero saber quando volto ao campo, o que me interessa é a saúde. Percebo que haja grandes interesses económicos em jogo, mas é o mesmo em todos os setores, não faz sentido jogar sem público. No entanto, é essencial que se regresse aos treinos quando existam garantias de que é possível fazê-lo em segurança."

"Não sei se voltaremos a jogar esta época, temos de ser prudentes a falar de datas e prazos. Entendo que há muitos interesses económicos em jogo, mas é assim em qualquer setor", observa.