Jovens aspirantes a jogadores de futebol, com idades entre 10 e 17 anos, que integravam os escalões de formação do Chelsea foram vítimas de abuso sexual na década de 1970, cometidos por um dos olheiros do clube de Londres, com a cumplicidade de outros funcionários, que "fecharam os olhos". A denúncia consta nos dados apresentados num relatório independente publicado esta terça-feira.

A direção do emblema inglês anunciou em 2016 a abertura de uma investigação sobre os atos de Eddie Heath, responsável por descobrir novos talentos para os 'Blues' entre 1968 e 1979 e falecido em 1983.

Era "um abusador de crianças, perigoso e prolífico", denunciou a entidade que fez o estudo, num comunicado que acompanhava a publicação do relatório, que foi encomendado pelo próprio clube.

"Embora atualmente o clube seja muito diferente daquele tempo ... não hesitamos em nos responsabilizar pelo que aconteceu", acrescentou o Chelsea, numa altura em que o clube enfrenta vários pedidos de indemnização das vítimas, pedidos estes que estão a ser avaliados.

De acordo com as conclusões do relatório, elaborado pelo advogado britânico Charles Geekien, Heath no período em que abusou dos jovens, os funcionários do Chelsea que sabiam dos crimes não fizeram nada para impedi-lo.

Geekien entrevistou 23 vítimas que descreveram o agressor como um "manipulador", cujo comportamento de predador sexual era um facto conhecido por jogadores e funcionários do clube.

"Todos os rapazes sabiam que tinham que ficar juntos para ter segurança: ninguém queria ser o último no autocarro por causa do perigo de ser apalpado ou de levar um palmada nas nádegas. Ele era conhecido como 'Eddie, o Pesadelo'", disse uma testemunha, citada no documento.

Heath observava os jogadores nos balneários e nos chuveiros. Convidava os seus 'favoritos' para a sua casa para assistir jogos, oferecendo-lhes dinheiro, doces e chegou a criar amizade com os pais. Ele também tinha o hábito de fazer "insinuações" de natureza sexual no balneário, embora tentasse garantir que as "suas agressões sexuais mais sérias ocorressem em particular", segundo o relatório.

Uma testemunha acusou funcionários do clube de "fechar os olhos para o que (Heath) estava a fazer".

"Era conhecido que Eddie Heath era um pedófilo", declarou há alguns anos Alan Hudson, ex-jogador do Chelsea.

Heath foi demitido pelo clube em 1979, quando o Chelsea passou a ser dirigido por Geoff Hurst, autor de três golos na vitória da Inglaterra por 4-2 sobre a Alemanha na final do Mundial de 1966.

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