O Equador continua em risco de ser afastado da fase final do Mundial 2022 de futebol. O tribunal de apelo da FIFA irá decidir, na próxima quinta-feira, o recurso interposto pelo Chile contra o Equador, alegando utilização irregular do equatoriano Byron Castillo. A possibilidades de os chilenos ganharem o recurso é cada vez maior.

Em causa está a presença do lateral/extremo direito em oito desafios de apuramento para o Mundial, contestada pelo Chile, que alega ter documentos que provam que o atleta que jogava no Barcelona do Equador é colombiano.

A 10 de junho de 2022, a Comissão Disciplinar da FIFA tinha decidido encerrar, sem castigo, o processo disciplinar à Federação Equatoriana de Futebl (FEF), por alegada convocatória irregular de Byron Castillo.

"Após analisar toda a documentação recebida pelas partes, a Comissão Disciplinar da FIFA decidiu encerrar o procedimento disciplinar iniciado contra a FEF", referiu o organismo.

Logo na altura, Pablo Milad, presidente da Associação Nacional de Futebol Profissional (ANFP), denominação oficial da federação chilena, deixou claro que iria recorrer da decisão da FIFA. O Chile alega que o lateral direito de 23 anos terá adulterado o certificado de nascimento para ser elegível pelo Equador, quando na realidade nasceu na Colômbia.

Ora esta segunda-feira, o Daily Mail revelou um áudio em que o jogador que atua agora nos mexicanos do Léon confirma a irregularidade. Em 2018,  Byron Castillo deu uma entrevista onde confirmou que nasceu em 1995 (não em 1998, como está no certificado equatoriano) e que foi registado como Bayron Javier Castillo Segura (nos seus documentos atuais está Byron David Castillo Segura). Na mesma entrevista, o defesa confessou que nasceu em Tumaco, cidade Colômbia, de onde partiu para San Lorenzo, no Equador, cidade onde começou a carreira com uma nova identidade que lhe foi arranjada por um empresário local.

Em maio de 2022 a ANFP - Asociación Nacional de Fútbol Profesional - moveu um processo contra a Federação Equatoriana de Futebol (FEF), com base em alegados documentos a provarem que Byron Castillo, jogador utilizado em oito desafios da qualificação sul-americana para o mundial, tem nacionalidade colombiana.

Essa denúncia alegava até que o futebolista, de 23 anos, apresentara documentos falsos a ratificarem a nacionalidade equatoriana, após anos de dúvidas a apontarem a Colômbia como o país de nascimento.

A provar-se a fraude, o Equador arriscava perder todos os desafios por 3-0, falhando assim o quarto e último lugar da América do Sul com acesso direto ao Qatar: o quinto, que foi o Peru, vai disputar um ‘play-off’ intercontinental com a Austrália.

O Equador integra o grupo A do mundial, juntamente com o anfitrião Qatar, os Países Baixos e o Senegal.