O Bayern Munique, vencedor de cinco competições no ano passado, é o grande favorito ao triunfo na edição 2020 do Mundial de clubes de futebol, com o Palmeiras, de Abel Ferreira, à espreita para uma ‘gracinha’.

Adiada para 2021 devido à pandemia da covid-19, também responsável pela ausência do representante da Oceânia, a prova, que se realiza no Qatar entre as duas próximas quintas-feiras, conta com seis equipas e tem os bávaros como ‘cabeça de cartaz’.

A formação germânica é a única que conta no seu palmarés com um Mundial de clubes, conquistado em 2013, numa final com os marroquinos do Raja Casabalanca (2-0), ou a anterior Taça Intercontinental, que ganhou em 1976 e 2001.

O triunfo do Bayern no Mundial foi o primeiro de uma série de oito consecutivos das equipas do ‘velho continente’, que não perdem o troféu desde 2012, quando o Corinthians bateu o Chelsea por 1-0, no Japão, graças a um tento do peruano Paolo Guerrero.

O Palmeiras, que vai tentar repetir o feito, estreia-se num Mundial, depois de ter estado uma vez na Taça Intercontinental, em 1999, sob o comando de Luiz Felipe Scolari, perdendo, por 1-0, face ao Manchester United, de Ferguson, Beckham, Giggs, Scholes, Solskajer ou os irmãos Neville, culpa de um golo de Roy Keane.

Os cataris do Al-Duhail, os egípcios do Al-Ahly, os mexicanos do Tigres e os sul-coreanos do Ulsan Hyundai são os restantes participantes e todos terão, certamente, o sonho de vencer, mas, realisticamente, nenhum tem grandes, ou pequenas, hipóteses, numa prova só com vencedores europeus ou sul-americanos.

A formação germânica é a incontestável favorita e chega ao Qatar em busca de repetir, embora ‘fora do tempo’, culpa da covid-19, o feito único, o ‘sextete’, que o FC Barcelona, de Guardiola, Messi, Xavi, Piqué, Puyol, Dani Alves, Henry, Pedro, Eto’o, Busquets ou Valdés, conseguiu em 2009.

Em 2020, mais precisamente entre 16 de junho e 30 de setembro, o conjunto que Hans-Dieter Flick assumiu em novembro de 1999 selou os triunfos na Liga dos Campeões, Supertaça Europeia, Bundesliga, Taça da Alemanha e Supertaça germânica.

No total, nos 48 jogos efetuados no ano passado, os bávaros ganharam 42 e só perderam um – 4-1 no reduto do Hoffenheim, em 27 de setembro, na segunda ronda da Bundesliga 2020/21.

Em 2021, já tiveram um grande ‘contratempo’, com a eliminação da Taça da Alemanha aos ‘pés’ do ‘secundário’ Holstein Kiel, no desempate por penáltis, e perderam em Mönchengladbach por 3-2, depois de liderarem por 2-0, mas já estão em fuga – sete pontos à maior após 19 rondas – rumo ao nono título alemão consecutivo.

O avançado polaco Robert Lewandowski, o último ‘The Best’ para a FIFA, tem sido a grande figura da equipa na época 2020/21, com 27 golos em 25 jogos – mais dois pela Polónia, em quatro -, mas num conjunto que continua a ser uma fortaleza coletivamente.

A baixa do médio criativo Thiago Alcântara, que rumou ao Liverpool, tem sido compensada com a subida para o meio-campo de Joshua Kimmich e, de resto, tudo continua ‘sobre rodas’ em Munique, sempre com as vitórias e os títulos no horizonte.

O próximo grande desafio é o Mundial de Clubes, no qual só o Palmeiras, recentemente consagrado campeão sul-americano, sob o comando do treinador português Abel Ferreira, parece ter potencial para, pelo menos, ‘assustar’ os alemães.

Os brasileiros estão a ‘quilómetros’ do potencial dos alemães, mas têm uma série jogadores com experiência, como Luiz Adriano ou Gustavo Gómez, e a irreverência de outros, como Roni, Gabriel Menino ou Matías Vinã. Quem não estará é Breno, o ‘herói’ da Libertadores, inscrito no Palmeiras fora de tempo para a prova.

Sem os australianos do Auckland City, que iriam para a 11.ª participação, o formato foi encurtado, arrancando com os dois jogos que decidem os adversários de Bayern e Palmeiras nas meias-finais, na segunda-feira e no domingo, respetivamente.

Os anfitriões do Al-Duhail, em estreia, enfrentam os egípcios do Al-Ahly, que contam cinco presenças e foram semi-finalistas em 2006 e 2012, enquanto os mexicanos do Tigres, igualmente estreantes, medem forças com os sul-coreanos do Ulsan Hyundai, sextos classificados na edição de 2012.

Independentemente dos resultados, Bayern e Palmeiras serão sempre os favoritos nas ‘meias’, projetando, desde já, nova final, em 11 de fevereiro, entre o representante da UEFA, o campeão europeu, e o da CONMEBOL, o vencedor da Libertadores.