Milhares de pessoas assistiram hoje ao Portugal-Marrocos no Terreiro do Paço, em Lisboa, mas, apesar da vitória da equipa das quinas, os adeptos acham incerto o futuro da seleção portuguesa de futebol no Mundial2018.

Grande parte do público a assistir à partida era jovem e todos os adeptos se levantavam para apoiar a equipa das quinas cada vez que marcava um pontapé livre ou um pontapé de canto, na vã esperança de repetirem a explosão de alegria motivada pelo único golo da partida, marcado por Cristiano Ronaldo no minuto quatro.

Depois do golo do capitão, que já tinha sido o autor dos três tentos portugueses no empate com a Espanha, no primeiro jogo, as pessoas mantiveram-se em silêncio durante grande parte do jogo, reagindo apenas mediante incentivo do animador do recinto.

Henrique Giraldo assistiu ao encontro e disse à agência Lusa "que Portugal não esteve muito bem porque não conseguia fazer jogo, não conseguia fazer passes, perdeu muito e teve muito à defesa".

"Além de tudo, tivemos a sorte do nosso lado", considerou, elencando que "é preciso é que [os jogadores da seleção nacional] tenham força de vontade e não se agarrem à bola".

O Terreiro do Paço é o local que o adepto de 69 anos prefere para assistir aos jogos do Campeonato do Mundo.

"Digo a toda a gente para vir para aqui, isto é um ambiente quente e a gente é feliz. Portugal é isto", finalizou.

Teresa Martins, de 68 anos, disse que ficou "toda a tremer", mas festejou a vitória de Portugal com "a maior alegria".

"Eu sempre tive esperanças que [Portugal] ganhasse", mas considerou ser incerto o futuro da formação portuguesa no resto do Campeonato do Mundo.

Não foram apenas adeptos portugueses a torcer pela seleção nacional.

Sebastian Chang, de 33 anos, veio dos Estados Unidos da América para estar "de férias em Lisboa" e foi "de propósito [ao Terreiro do Paço] para ver o jogo".

O adepto norte-americano considerou que o jogo "foi muito renhido" e disse que está a torcer por Portugal. "Sou fã do Real Madrid, logo, sou fã do Cristiano Ronaldo", rematou.

Salima Bouchama, estudante marroquina a fazer Erasmus em Lisboa, também assistiu ao jogo no Terreiro do Paço. A adepta de 24 anos afirmou que "Marrocos jogou muito bem, mas foi uma questão de sorte".

A adepta considerou ainda que o ambiente no Terreiro do Paço "é muito animado" e que "as pessoas são simpáticas".

"Não sentimos tensão [por sermos da equipa adversária] ", explicou, acrescentando que, agora que Marrocos já não pode passar da fase de grupos, deseja "toda a sorte a Portugal".