A Liga Moçambicana de Futebol decidiu hoje adiar o arranque do Moçambola, a maior prova futebolística do país, devido à pandemia de Covid-19, anunciou o presidente do organismo.

"Face a situação mundial desta doença e em cumprimento das recomendações das autoridades, ficou decidido que o Moçambola não vai arrancar a 04 de abril, como estava estabelecido", disse o presidente da Liga Moçambicana de Futebol, Ananias Comuana.

Ananias Comuana falava à imprensa em Maputo, momentos após uma reunião com os representantes dos 14 clubes que fazem parte da prova.

O presidente daquele organismo disse ainda que está marcada uma nova reunião com os clubes para o dia 31 de março e espera-se que, em função das orientações do Governo moçambicano, haja espaço para a marcação de uma nova data para o arranque da maior prova futebolística moçambicana.

"Caso não se verifique a normalização da situação até o dia 31 de março, significa que os clubes vão ter de dispensar os seus atletas e quando a situação voltar a normalidade as equipas vão precisar de uma pré-época. Então, digamos que depois do anúncio da nova data, teremos pelo menos dois meses para a preparação antes do arranque da prova", declarou.

Apesar de não existir ainda um caso confirmado no país, Moçambique elevou o estado de alerta e reforçou as medidas de prevenção ao surto de Covid-19, anunciou, no sábado, o chefe de Estado, Filipe Nyusi.

O Governo moçambicano vai suspender "a organização e participação em todo o tipo de eventos com mais de 300 pessoas e desencorajar que os mesmos ocorram em espaços fechados e sem ventilação adequada".

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais 67 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos.

A Itália com 2.158 mortos registados até segunda-feira (em 27.980 casos), a Espanha com 491 mortos (11.191 casos) e a França com 148 mortos (6.663 casos) são os países mais afetados na Europa.

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.