O futebolista português Pedro Santos, que alinha pelos norte-americanos do Columbus Crew, valorizou hoje o rigor com que o estado do Ohio acata as medidas sociais de contenção da pandemia da COVID-19.

“Não tem havido tantos casos de alarmismo e as pessoas cumprem as regras, permanecendo em casa e evitando multidões para minimizar o contágio. Quem sabe se isto assim não possa passar mais rápido”, partilhou à agência Lusa o avançado, de 31 anos, a viver desde 2017 na zona este do país com mais infetados pelo novo coronavírus.

Superando os 278.000 casos e as 7.100 mortes, os Estados Unidos acompanharam a propagação mundial da COVID-19 em diferentes velocidades, destacando-se a rapidez evidenciada pelo governador do Ohio, o republicano Mike DeWine, ao declarar o estado de emergência regional em 09 de março com apenas três infeções confirmadas.

Além de encerrar espaços públicos e proibir eventos sociais, a subdivisão que tem Columbus como capital foi a primeira a suspender as suas eleições primárias para as presidenciais norte-americanas, numa decisão tomada em 17 de março, a poucas horas da abertura das urnas, contrariamente ao que aconteceu no mesmo dia no Arizona, Florida e Illinois.

“A única pessoa que sai é a minha mulher e para ir às compras de três em três dias. Usa máscara e luvas por precaução e muita gente começa a fazer o mesmo. Desenharam marcas no chão dos supermercados para manter um metro de distância entre cada pessoa e quem trabalha nas caixas tem uma proteção em acrílico”, descreveu.

As recomendações sanitárias tomadas no Ohio foram acolhidas aos poucos pelos restantes estados e a Liga norte-americana de futebol (MLS) decidiu em 19 de março interromper toda a atividade até 10 de maio, uma semana depois de ter anunciado uma pausa de 30 dias, que surgiu logo após a realização das duas primeiras jornadas.

“Quando fomos jogar a Seattle [empate 1-1, em 08 de março, no estado de Washington], um trabalhador do estádio já tinha testado positivo, mas não houve restrições para os adeptos e só não podíamos cumprimentar os adversários. Depois desse jogo e com o aumento dos casos é que as pessoas viram que tinha de haver medidas”, observou.

Sabendo que pode sair para “manter um pouco a forma”, Pedro Santos prefere manter-se “ao máximo” no conforto familiar, dividindo o tempo entre “alguns exercícios com o que se possa arranjar em casa”, séries e videojogos entre amigos, brincadeiras com os dois filhos e contactos diários para atenuar os 6.100 quilómetros de distância dos familiares.

“Na primeira semana após a paragem, falei com a minha mulher sobre a possibilidade de regressar, mas optámos por não avançar. Os números estavam a aumentar em Portugal e a viagem seria longa, no meio de muita gente e com o risco de poder acontecer algo. Assim ficámos por aqui, que não tem estado tão grave como outras zonas”, contou.

Ao contrário de outros desportos norte-americanos, a MLS ainda não registou infetados e mantém a intenção de disputar toda a temporada de 2020, cuja fase regular arrancou em 29 de fevereiro e tem a final do ‘play-off’ prevista para 07 de novembro, embora esteja vedada qualquer circulação nos centros de treinos e nos estádios dos 26 clubes.

“A Liga quer fazer uma mini pré-época entre duas e três semanas e esse tempo é suficiente para recuperarmos a forma física. Falta decidir o encaixe destas semanas em atraso, que poderá estender o campeonato até dezembro, mas a nossa situação é muito mais fácil de resolver do que na Europa”, comparou o camisola sete do Columbus Crew.

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