O presidente da beIN Media e do Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaifi, voltou hoje a ser absolvido de crimes de corrupção relacionados com negócios de direitos televisivos, num recurso julgado pelo Tribunal Federal de Bellinzona, na Suíça.

O francês Jérôme Valcke, antigo secretário-geral da FIFA, também voltou a ser absolvido, tal como tinha acontecido no julgamento em primeira instância, mas foi condenado a 11 meses de prisão, com pena suspensa, por corrupção passiva, num processo diferente.

Em março, a procuradoria suíça tinha pedido 28 meses de prisão para Al-Khelaifi e 35 meses para Valcke, acusando-os de terem estabelecido um “acordo corrupto” para a atribuição à beIN dos direitos de transmissão televisiva dos Mundiais de futebol de 2026 e 2030.

A justiça suíça acusava ainda Al-Khelaifi, de 48 anos, e Valcke, de 61 anos, de terem feito um pacto sem o conhecimento do organismo regulador do futebol mundial, o que configurava um crime de gestão danosa, punível com pena até cinco anos de prisão.

O tribunal de recurso julgou, tal como tinha acontecimento na primeira instância, que a FIFA não foi lesada, um aspeto juridicamente necessário para enquadrar o crime de gestão danosa, tendo em consideração o valor acordado com a beIN Media.

“O veredicto é totalmente justificado. Após uma campanha implacável da acusação durante seis anos – que sempre ignorou os factos e a lei -, o nosso cliente foi, uma vez mais, totalmente inocentado”, disse Marc Bonnant, um dos três advogados de Al-Khelaifi neste processo, em declarações à AFP.

No primeiro julgamento, o tribunal estimou que Valcke apoiou a atribuição de direitos televisivos ao canal beIN em troca de uma luxuosa mansão na Costa Esmeralda da Sardenha, comprada para si, no final de 2013, por cinco milhões de euros, por uma empresa de Al-Khelaïfi.

O ex-secretário-geral da FIFA admitiu que pediu ajuda ao empresário catari para financiar a ‘Villa Bianca’, poucos meses antes da assinatura, em abril de 2014, de um contrato entre o beIN e o organismo que gere o futebol mundial relativo aos direitos de transmissão dos Mundiais de 2026 e 2030 para a África do Norte e Médio Oriente. O ex-dirigente francês garantiu que os factos não estão relacionados.

Os magistrados qualificaram a relação como "suborno", contudo o tribunal não pode condenar por “corrupção”, já que a FIFA retirou a sua queixa em janeiro de 2020, após um acordo com Al-Khelaïfi, cujos termos nunca foram divulgados.

Valcke foi condenado num outro processo, por ter recebido 1.25 milhões de euros de Dinos Deris, para favorecer o empresário grego na atribuição dos direitos televisivos de várias edições dos Mundiais de futebol na Grécia e em Itália, tendo registado esse valor como empréstimos.

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