O futebolista francês Olivier Nitcham, emprestado pelos escoceses do Celtic ao Marselha, declarou hoje que o treinador português André Villas-Boas o conhecia bem e estava a par do interesse do clube gaulês nos seus serviços.

Este esclarecimento de Nitcham surge na sequência da justificação dada por André Villas-Boas para a sua decisão de se demitir do cargo de treinador do Marselha, por discordar da política desportiva seguida pelo clube e por ter sido contratado aquele médio francês contra a sua vontade.

“Eu disse não à vinda desse jogador. Ele não estava na nossa lista”, revelou André Villas-Boas, quando anunciou à imprensa o seu despedimento.

À margem da sua apresentação no Marselha, Olivier Nitcham fez questão de responder ao técnico português.

“Fiquei surpreendido com essas declarações de André Villas-Boas, porque, quando terminou o Europeu de sub-21, em 2019, os meus representantes foram contactados por Andoni Zubizarreta (ex-diretor desportivo do clube) para manifestar o interesse do clube nos meus serviços. O André Vilas-Boas conhecia-me bem e estava ao corrente desse interesse”, disse.

Nitcham vai mais longe e diz mesmo que o agente pessoal do treinador português queria trabalhar com ele e que chegou a pedir um contrato de exclusividade, que diz ter recusado, nega essa que, no seu entendimento, esteve na origem a posição de Villas-Boas acerca da sua vinda para o Marselha.

“Até achei alguma graça quando ouvi as suas palavras, mas, depois, ignorei esta história porque estou feliz por ter vindo para o Marselha. Por nada deste mundo teria recusado. Estava muito otimista e, ao mesmo tempo, ansioso para que as coisas se concretizassem”, disse o médio francês, para quem recusar um convite do Marselha é como, em Espanha, recusar um convite do FC Barcelona.

De notar que o Marselha, na sequência das declarações de Villas-Boas sobre a sua discordância com a política desportiva do clube e a decisão de se demitir, fez saber que não só aceitava a demissão, como lhe teceu duras críticas sobre a postura mais recente.

“Esta decisão tornou-se inevitável devido à recente repetição de ações e atitudes que prejudicam gravemente a instituição e os seus funcionários que a defendem diariamente. Os comentários feitos hoje, em particular sobre Pablo Longoria, diretor responsável pelo futebol, são inaceitáveis", lia-se no comunicado divulgado pelo Marselha, no qual assegurava ainda a aplicação de “eventuais sanções a André Villas-Boas na sequência de procedimentos disciplinares” que prometia levar a efeito.