Aos 34 anos, José Fonte deixou para trás o Dalian Yifang, onde jogou metade da temporada 2017/2018, para rumar ao Lille. Em entrevista à 'France Football', o jogador português falou da decisão que tomou, da seleção e dos jogadores jovens.

"A proposta da China era muito vantajosa financeiramente, não dava para recusar. E também me permitia jogar regularmente porque o Mundial estava a aproximar-se. Era a minha única obsessão. O futebol na China não é fácil fisicamente, ao contrário do que imaginam. Todas as equipas chinesas têm três avançados de grande nível, alguns
dos quais estiveram no Mundial. Estar lá, como defesa, pode ser mais difícil do que jogar na Premier League, onde temos colegas que ajudam e têm um nível muito alto também. Ouço dizerem que a intensidade é mais baixo. Mas vão lá jogar com 35 graus, humidade a 100% e temperaturas negativas na semana seguinte", contou Fonte sobre a experiência no Dalian Yifang.

Na hora da mudança para o Lille, José Fonte admite que primeiro falou com alguns colegas. "Falei com o João Moutinho, o Anthony Lopes, o Raphael e o Bernardo. Todos me falaram de um futebol muito físico, onde toda a gente olha só para o PSG, por causa do investimento. Mas o Mónaco, Lyon e Lille têm qualidade para fazer deste um campeonato competitivo. Foi um fator que me ajudou a escolher, porque a competitividade permite que eu continue a ser chamado à seleção."

Pela seleção portuguesa, José Fonte conta com 35 internacionalizações. O defesa do Lille estreou-se com a camisola das quinas em novembro de 2014, aos 30 anos, e admite que gostava de ter começado mais cedo. "Nunca vou ser capaz de dizer que não à Seleção. Comecei tarde, portanto estou só no início! (risos) Vou estar disponível sempre que o míster precise de mim. Se for preciso, vou lavar chuteiras! Estou cá para ajudar. Na Seleção Nacional, não há espaço para egoísmo", garante.

Quanto às jovens promessas, José Fonte não tem dúvidas. "Em Portugal, o central de quem se fala mais é o Rúben Dias, que esteve no Mundial. Vejo um pouco de mim nele. É um rapaz que ouve, gosta de trabalhar, está sempre disponível para aprender e não tem foge das lutas. É por isso que vejo um pouco de mim nele. Vai fazer parte da Seleção", conclui.