O Benfica venceu, esta quinta-feira, o E. Frankfurt por 4-2 em partida da 1.ª mão dos quartos de final da Liga Europa. Os encarnados levam assim uma vantagem de dois golos para a partida da segunda mão.

Com a derrota do FC Porto em Inglaterra frente ao Liverpool, cabia o Benfica ao missão de tentar averbar pontos para o futebol português. Ainda assim, o duelo não se afigurava fácil frente ao 4.º classificado da Bundesliga.

O Benfica queria acertar as contas com os emblemas alemães. As águias tinham sido eliminadas nove vezes em 10 ocasiões, em 19 embates. Números estes ditados pelos últimos duelos: Bayern Munique (0-1 fora e 2-2 em casa), nos 'quartos' de 2015/16, e Borussia Dortmund (1-0 em casa e 0-4 fora), nos 'oitavos' de 2016/17.

Adi Hutter, timoneiro do Frankfurt, já tinha assumido na antevisão da partida que a sua equipa vinha à Luz para marcar golos e tentar assumir o jogo. Nenhuma dúvida sobre o poderio dos alemães, ainda por cima contando com um hiper motivado Luka Jovic. Pretendido por colossos como o Barcelona, a figura do Eintrach procurava a redenção num reduto onde nunca conseguiu impor a sua qualidade.

Para contrariar o trio defensivo, constituído por Abraham, Hinteregger e N'Dicka; uma defesa a três à imagem de Adi Hutter, com Gelson Fernandes no miolo e Rebic e Jovic na frente de ataque, Bruno Lage apostou num esquema com Gedson no apoio a João Félix.

O técnico encarnado fez seis alterações, o que resultou numa mudança no figurino tático. Seferovic, antigo jogador dos alemães ficou resguardado no banco, assim como Pizzi.

O jogo

Às vezes os jogos de futebol são como uma caixinha de surpresas e sai de lá o que menos se espera. O que dizer do início do E. Frankfurt? Mandão, com a bola controlada, e sem deixar o Benfica sair, um papel a que os encarnados estão poucos habituados na Luz.

Logo a abrir, os visitantes  estiveram próximos do golo. Primeiro numa arrancada de Jovic depois de uma perda de bola da defensiva encarnada, que o jogador sérvio acabou por não definir da melhor forma. Pouco depois, foi Rode a finalizar mal após uma solicitação da direita.

Encostado ao seu meio campo defensivo, o Benfica mostrava-se incapaz de responder à rotação alemã. Mas o futebol é feito de momentos e o minuto 20´acabou por marcar o jogo. Bom para o Benfica e mau definitivamente para os alemães.

Começou aí o festival João Félix. O 'miúdo' lançou Gedson, que já na área acabou derrubado por Dicka. Resultado? O 4.º classificado da liga alemã ficou a jogar com menos um até final de jogo e o Benfica colocava-se em vantagem. Na conversão, João Félix não falhou.

Foram estas circunstâncias que caíram no colo da equipa orientada por Bruno Lage. Era agora o Benfica que tinha a iniciativa de jogo e ganhava novo fôlego anímico para o que restava da partida.

O E. Frankfurt estava ferido, mas o KO ainda era apenas técnico, o resultado estava longe de estar fechado.

Ao 38´, Kostic solicitou Rebic, que em boa posição permitiu a dobra de Jardel na hora H.

Era o indicio do que viria a seguir, e logo por um homem que não nunca tinha sido feliz na Luz. Fejsa perdeu a bola em zona proibida, Rebic ganhou espaço e tirou o cruzamento para o sérvio que fez o empate.

Mas os festejos forasteiros foram de pouca dura. João Félix, num pontapé saído do nada e cheio de fé, levou os encarnados em vantagem para o segundo tempo.

Se o final da primeira parte foi louco, os primeiros minutos da segunda afinaram pelo mesmo diapasão.

Em quatro minutos, o Benfica pareceu ter definitivamente o pássaro da mão. E de novo com a participação de João Félix. Rúben Dias fez o 3-1 num cabeceamento após um pontapé de canto, com desvio do menino bonito da Luz. Pouco depois, Félix voltou a fazer o 'gosto ao pé' numa finalização na passada após solicitação de Grimaldo.

Com as duas equipas praticamente sem miolo, já que o jogo era de parada e resposta, os lances nas duas balizas sucediam-se. Ao minuto 69´, Seferovic esteve perto de marcar à antiga equipa. Desmarcação de João Félix para o jogador suíço, mas este na cara de Trapp não teve a frieza suficiente para fazer o quinto.

O Benfica acabou por pagar a ineficácia nesse lance, já que três minutos volvidos, Gonçalo Paciência (recém entrado), reduziu num grande cabeceamento.

Os encarnados acabaram por conservar uma vantagem preciosa para a partida da segunda mão na Alemanha. Nota de destaque para João Félix, que com o hat-trick tornou-se no jogador português mais jovem de sempre a apontar três golos num só jogo. Já em relação ao E. Frankfurt, fica a sensação de que teria dado outra réplica, caso não tivesse ficado reduzido a 10 logo no início do encontro.

Para já, está tudo em aberto para a partida da segunda mão.