Pelo terceiro ano consecutivo (segundo contra uma equipa alemã), o Benfica entra a perder na Liga dos Campeões, sempre em casa. O facto de nas duas vezes anteriores não ter passado a fase de grupos deve servir de alerta para a equipa de Bruno Lage, que recebeu do Leipzig uma lição de eficácia. O duelo foi equilibrado, com oportunidades soberanas para ambos os lados, mas o conjunto alemão fez valer uma excelente segunda parte, traduzida nos dois golos de Timo Werner. As 'águias ainda reagiram através do recém-entrado Seferovic, mas demasiado tarde.

Resumo

Bruno Lage, que devido a castigo viu o jogo na bancada, apresentou três novidades no onze. E se a inclusão de Jota já era algo expectável, ainda mais depois da conferência de antevisão, a grande surpresa acabou por ser a estreia absoluta de Tomás Tavares no lado direito da defesa. Franco Cervi, que ainda não tinha somado qualquer minuto esta época, entrou para o lugar de Rafa.

Julian Nagelsmann também surpreendeu, mas pela mudança de sistema tático, apostando no 4x4x2. E o Leipzig não precisou de muito tempo para mostrar o porquê de ser líder da Bundesliga. Forsberg (7') deixou o primeiro aviso ao marcar um golo que acabou por ser anulado porque Timo Werner estava em fora de jogo no momento da assistência.

A pressão alta dos alemães durou praticamente os 90 minutos e serviu, entre outros propósitos, para anular Pizzi. Taarabt procurava distribuir jogo no meio-campo, maioritariamente à procura de Grimaldo no corredor esquerdo, mas Gulácsi - um dos quatro guarda-redes que o Benfica tentou contratar no verão - só foi chamado a intervir perto do intervalo, quando defendeu o cabeceamento de Raul de Tomas.

As estatísticas mostravam o equilíbrio que marcou o primeiro tempo: 50 por cento de posse de bola para cada lado e o mesmo número de remates (cinco). Ainda assim dava a sensação de que o Leipzig estava a ser mais pragmático em termos ofensivos - por várias vezes Rúben Dias salvou o Benfica de males maiores -, o que podia ser uma mais-valia para a segunda metade.

Assim foi. A equipa de Julian Naggelsmann regressou do intervalo ainda mais asfixiante e obrigou logo Vlachodimos a três intervenções importantes. Aos 51 minutos, Raul de Tomas respondeu com um remate em jeito de fora da área, mas a rasar o poste, e mais tarde foi Pizzi a atirar à figura de Gulácsi (61').

Nélson Veríssimo fez entrar David Tavares (outra estreia com a camisola da equipa principal) para o lugar de Jota, e o Benfica sofreu o primeiro golo, segundos depois de Pizzi falhar nova oportunidade, numa combinação entre Poulsen e o inevitável Timo Werner (69'), que atirou com frieza para o fundo da baliza.

Antes de ser substituído por Rafa, Franco Cervi teve o golo do empate nos pés aos 75', depois de isolado por Taarabt, mas de forma incrível permitiu a defesa de Gulácsi (74′). Rafa e Seferovic entraram para tentar remediar o que já não parecia ter solução, e mais uma vez a eficácia alemã fez das suas na Luz, com Timo Werner (78') a bisar num lance que teve de ser confirmado pelo VAR.

Seferovic ainda reduziu a desvantagem nos instantes finais da partida (e mandou calar a Luz), depois de um bom entendimento entre Rafa e Tomás Tavares (84'), mas o Benfica já não foi a tempo de evitar a entrada em falso na Liga dos Campeões. Para já, o campeão nacional é último do grupo G, já que no outro jogo Lyon e Zenit empataram a um golo.

Momento

1-2 por Seferovic: Não pela influência no resultado final, porque não teve, mas pela forma como despertou as bancadas para o que restava da partida - muitos adeptos, de resto, já tinham abandonado o Estádio da Luz. Foi o regresso do avançado suíço aos golos, assistido por Rafa, o que também levanta a questão sobre a não titularidade do extremo.

O melhor

Timo Werner: São jogadores como o alemão que fazem a diferença. Marcou os dois tentos da vitória do Leipzig e ainda criou algumas situações de perigo para os companheiros. No lado do Benfica, destaque para as exibições de Rúben Dias e Tomás Tavares.

O pior

Pizzi: Esteve escondido durante quase todo o jogo, muito por culpa da ação do meio-campo do Leipzig. Teve duas ocasiões para colocar o Benfica em vantagem, ainda antes do primeiro golo dos alemães, mas faltou-lhe frieza.

Reações

Bruno Lage: "O empate seria o resultado mais justo"

Nélson Veríssimo: "Foi a eficácia que se revelou determinante"

Tomás Tavares: "Não esperava jogar já neste jogo"

Rúben Dias: "Foi uma grande exibição da nossa equipa. Os jovens deram resposta sem qualquer tremelique"

Nagelsmann: "A situação podia ter sido diferente. Não fomos touros, fomos antes novilhos"

Gulácsi: "Deveríamos ter vencido por 2-0, porque tínhamos o jogo na mão"

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