O Benfica soma e segue neste início de época. Depois da vitória caseira diante do Arouca na primeira jornada do campeonato, os encarnados foram à Dinamarca confirmar o que todos já sabiam que ia acontecer: a passagem aos 'playoff' da Liga dos Campeões.

O jogo da primeira mão revelou de sobremaneira a discrepância de ritmo e, acima de tudo, de qualidade entre ambas as equipas, algo que foi notório na partida desta terça-feira. No Cepheus Park Randers (o estádio oficial do Midtjylland foi usado para um evento equestre), os encarnados reforçaram a sua superioridade, nunca dando grandes esperanças aos nórdicos.

Apesar dos 4-1 do primeiro jogo e da diferença qualitativa entre as duas equipas, Roger Schmidt resolveu fazer apenas uma alteração no onze inicial, relativamente ao jogo do Estádio da Luz; David Neres ficou em Lisboa a recuperar de lesão e foi substituído por Chiquinho no corredor direito. Era um sinal claro de que o técnico alemão não estava disposto a dar qualquer tipo de esperança ao adversário, mantendo a equipa e a atitude que têm vindo a ser habituais.

Veja as imagens que marcaram o encontro

O jogo: Entrada firme para cortar as asas do desejo escandinavo

Apesar da confortável vantagem na eliminatória, o Benfica entrou em campo com uma atitude semelhante à apresentada nos últimos encontros; a pressão alta, recuperação de bola em zona de ataque e velocidade na circulação de bola são características que começam a moldar o estilo de jogo encarnado e fizeram-se sentir novamente na Dinamarca. O ritmo não era tão elevado como tem sido habitual, mas era suficiente para desencorajar qualquer ideia de recuperação por parte de um Midtjylland que, apesar de uma atitude positiva, apenas conseguia acercar-se da baliza de Vlachodimos através de pontapés de canto.

Assim, e após algumas ameaças, o Benfica chegou mesmo ao golo à passagem do minuto 23; boa jogada de envolvimento e Gonçalo Ramos a servir Enzo Fernández que, completamente sozinho, não se fez rogado e marcou o primeiro da partida. Se dúvidas houvesse relativamente ao vencedor da eliminatória, elas ficaram aqui dissipadas.

Com a passagem aos 'playoff' já no bolso, os encarnados tiraram um pouco o pé do acelerador, porém sem nunca perder o controle da partida. Já o Midtjylland aproveitou duas desatenções da defesa encarnada para criar duas boas ocasiões de perigo; na primeira Vlachodimos teve de se aplicar para parar o remate de Juninho, e na segunda foi Evander que, na cara do guardião grego, não teve arte nem engenho para o desfeitear.

A segunda parte trouxe novidades com Roger Schmidt a deixar Gonçalo Ramos e Rafa nas cabines e a fazer entrar Henrique Araújo e Yaremchuk. O técnico alemão terá aproveitado para ver as duas alternativas para o ataque em ação e terá gostado do que viu; isto porque logo aos 56 minutos Henrique Araújo fez o segundo da partida, correspondendo da melhor maneira a um cruzamento de João Mário na esquerda.

Um compreensível relaxar por parte das águias deu mais iniciativa de jogo ao Midtjylland que aproveitou também para fazer um seu golo de honra graças a uma recarga de Pione Sisto a um cabeceamento de Kaba à barra.

Contudo o melhor ficou mesmo guardado para o fim. Aos 88 minutos Diogo Gonçalves, entrado nem há dez minutos, pegou na bola pela esquerda, veio para dentro e fez um daqueles golos que certamente servirá de história para contar aos seus netos em noites de Inverno, fechando assim da melhor forma o voo da águia pela Escandinávia.

O momento: A obra de arte de Diogo Gonçalves

Minuto 88': Com o jogo e a eliminatória já resolvidos, Diogo Gonçalves aproveitou o espaço dado no flanco esquerdo, encheu-se de fé, e, ainda bem longe da baliza adversária, disparou um autêntico míssil para o fundo das redes do Midtjylland. Em terra de 'vikings', Diogo Gonçalves foi conquistador.

Os melhores: Os equilibristas Florentino e Enzo Fernández

Dentro de uma exibição globalmente segura e positiva, é preciso destacar os homens do meio-campo. Com efeito, Enzo Fernández e Florentino foram, mais uma vez, os principais responsáveis por garantir os equilíbrios da equipa nas transições, não permitindo grandes aventuras ofensivas ao adversário. O médio argentino voltou a marcar (terceiro golo em três jogos oficiais), e Florentino foi eixo do motor encarnado, assegurando solidez defensiva e na construção de jogo.

O pior: Midtjylland muito macio para águia de rapina

A partida da primeira mão já tinham posto à vista as debilidades da equipa e o jogo desta terça-feira só as reforçou. Apesar de apresentar uma atitude positiva, cedo se percebeu que as diversas ausências sentidas no jogo do Estádio da Luz não eram a única razão para a inferioridade dos escandinavos. Alguns bons pormenores e breves momentos de construção ofensiva foram poucos perante um adversário claramente superior. Os dinamarqueses foram presa fácil para a águia.

As declarações

Schmidt gostou da atitude da equipa e elogiou o adversário

João Mário revelou que a equipa queria resolver rapidamente a eliminatória