A Federação Angolana de Futebol (FAF) disse hoje que "ainda não se justifica" a suspensão dos jogos do campeonato nacional e a restrição de aglomeração de adeptos devido à pandemia de Covid-19, referindo estar atenta às instruções das autoridades.

Em declarações proferidas hoje à agência Lusa, o diretor do conselho técnico da FAF, Geremias Simão, considerou "prematura" a suspensão das competições como o 'Girabola' sem orientações das autoridades governamentais nesse sentido, observando que Angola ainda não registou qualquer caso confirmado.

"Até ao momento, pelo que temos conhecimento, não foi registado qualquer caso em Angola, daí que não foi ainda proibido, como tal, a realização de atividades, portanto, quando isso surgir e se surgir, aí sim tomaremos algumas medidas", afirmou o responsável.

Para o dirigente da FAF, a instituição "não deve adiantar-se em suspender já as competições", por si organizadas, porque isso "seria prematuro”, não havendo “indicações ou orientações das autoridades nesse sentido".

O campeonato angolano de futebol, coliderado pelo 1º de Agosto, tetracampeão em título, e o Petro de Luanda, vice-campeão das últimas quatro temperadas, ambos com 51 pontos, continua a ser disputado e, no próximo fim de semana, entra para a 25.ª jornada.

Em disputa está também a Taça de Angola em futebol, que nesta quarta-feira, regista o primeiro jogo das meias-finais.

Segundo Geremias Simão, a limitação do público nos estádios de futebol é uma questão a ser equacionada, em especial em partidas como um clássico entre 1º de Agosto e Petro de Luanda.

"Aí, em que a moldura humana vai se fazer sentir consideravelmente, poderá justificar-se essa restrição, mas até lá é melhor não tomarmos ainda qualquer iniciativa", concluiu.

Angola desenvolve planos de contingência e medidas de controlo nos principais pontos de entrada do país e decretou, a partir de 03 de março, a proibição da entrada de cidadãos estrangeiros oriundos da China, Coreia do Sul, Irão, Itália.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram. Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais 67 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos, o que levou vários países a adotarem medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal há 448 pessoas infetadas, segundo o mais recente boletim diário da Direção-Geral da Saúde, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.